Capítulo 12

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Capítulo 12

Susto atrás de susto

Madalena acorda meio confusa e caindo da cama embolada nas cobertas.
Ela olha ao redor para se situar e vê que não está no próprio quarto. Ela fica apavorada.

¿Donde estoy? Olha para os lados tentando entender o que está  acontecendo. Apenas uma leve claridade entra pelas frestas da janela de madeira, anunciando que já amanheceu.

Madrecita,  es un secuestro.
Ao olhar para o lado, ela vê a amiga e Cleópatra dormindo emboladas no edredom. Não demora muito para ela chegar à conclusão que Misty e a lince foram sequestrada também.

Madalena grita em desespero, fazendo Misty cair da cama com o susto, levando Cleópatra junto com ela.

— Meu Deus, Madalena, quer me matar infartada? Por que está gritando?

— shhhh! — a noviça põe o dedo indicador nos lábios. — Fale baixo ou vão nos ouvir.

Misty olha para a amiga com verdadeira preocupação.

— Por que eu deveria falar baixo se você acabou de gritar? E quem vai nos ouvir?

— Fica calma com o que vou falar, ok?
Misty balança a cabeça, afirmando e passando a mão em Cleópatra. A lince parece fora de órbita depois da queda abrupta.

— Nos sequestraram. — diz rápido, tapando a boca em seguida, esperando pela reação de Misty. Porém, Madalena não esperava ver a amiga tendo um ataque de riso, muito menos, chorar de tanto rir.

— De onde tirou essa ideia, sua maluca? — Misty pergunta, tendo dificuldade para conter a risada enquanto fala. — Estamos no meu quarto. — explica.

— Não parece seu quarto. — Madalena observa tudo, desconfiada.

— Eu mudei algumas coisas de lugar e coloquei   móveis novos enquanto você estava na escola da comunidade, mas não ficou tão diferente do que era a ponto de você se confundir.

Madalena senta na cama com a mão no peito, tentando acalmar o próprio coração.

Dios, que susto levei.
— Você não tem jeito mesmo, minha amiga. — Misty dá risada e abraça a noviça que acaba rindo também.

Após ver que tudo está bem, Madalena se levanta da cama e abre a janela do quarto. Fechando os olhos, ela respira fundo para receber o ar puro e gostoso que vem da floresta, e abre os braços convidando o sol a aquecê-la.

Misty se junta a ela, fazendo o mesmo.
Elas olham o quintal da casa e a floresta logo a frente, admirando a imensidão verde.

Dios mio, tem alguém muerto em nosso quintal.

— Não me venha com mais maluquices.

— É sério, perto do nosso varal. Consegue ver? E parece ter morrido em cima do hábito que lavei ontem pela manhã. Eu sabia que devia ter recolhido ele, mas fiquei com preguiça...

— Para de falar, Madalena, está atrapalhando meu raciocínio. — Misty se inclina sobre a janela  na tentativa de ver melhor. Por fim, ela decide olhar de perto.

— Na-na-na-na-não, você não vai até lá.

— É claro que vou, é o nosso quintal. — Misty pula a janela, contrariando seu pensamento da madrugada, sobre aprender a usar a porta dos fundos.

Madre de Dios, como ela é tão corajosa? Dame un poco, Madrecita. 

Misty segue na direção dos varais, ouvindo a noviça segui-la e reclamar sobre falta de coragem.

LUA DE SANGUEWhere stories live. Discover now