Capítulo 18

29 4 0
                                    

Capitulo 18

Verdade ou mentira?

Está uma noite quente em Wolf Valley e para um lobo, que tem uma temperatura corporal acima da temperatura dos humanos, é como estar de molho em um caldeirão com água fervente. De tal forma, que Andreon decidi andar pela floresta.

O vento está tão parado quanto a correnteza de um lago, piorando bastante a sensação de calor. Em contraposição, a terra está maravilhosamente fria e
percebendo isso, o lobo negro rola no chão, apreciando o barulho que lembra fogo crepitando na madeira, mas que é apenas o das folhas secas sendo quebradas por seu peso enquanto se deita sobre elas.  O contato com o solo frio leva uma sensação refrescante para os pelos do Alfa Supremo, trazendo uma calmaria muito bem vinda ao entrar em contato com sua pele.

Após a conversa com Isabely, o sentimento de culpa pela probabilidade de estar iludindo Misty, o estava dilacerando por dentro.

Estar apaixonado por ela parece não ser o suficiente para matar a esperança de um dia encontrar seu Destino. No fundo, ele sabe que Isabely está certa em dizer que ele vai acabar magoando Misty, contudo, deixá‐la é algo que ele se sente incapaz de fazer no momento.

É confuso os sentimentos que se embaralham em seu íntimo, pois ele não tem  um padrão para medir a proporção do que sente por ela e isso faz ele ter dúvidas sobre o que pensar, sobre tudo, até onde avançar. Além do mais, revelar sua verdadeira natureza para Misty, ainda não é uma pauta em questão.

Nem mesmo em seus pensamentos mais insanos imaginou que um dia se envolveria com uma humana e olhe só o nó que está sua cabeça por causa de uma. O que o leva a conclusão de que o melhor é não avançar no relacionamento, e ele se refere a evitar maior intimidade com a moça. Mesmo que isso o jogue no inferno do desejo não satisfeito, do tesão reprimido. Mesmo que seu lobo queira rasgá-lo ao meio, pois este, parece descontrolado quando se trata da manicure.

O lobo negro corre entre as árvores, até chegar ao rio. Um silêncio paira sobre  a água tranquila, como um segredo entre as árvores que pararam de balançar, as águas que pararam de ondular e o vento que parou de soprar.

Ele molha o  corpo grande e bebe água tranquilamente, até que a audição potente do Alfa capta um gemido tão fraco que seria inaudível para um humano.

Ele fareja e corre pela margem do rio, encontrando um corpo sobre a raiz exposta de uma árvore.

O lobo empurra o corpo para o lado, farejando o mesmo.

Paolo? O Alfa constata, porém confuso.

— Supremo, que bom que me e-encontrou — ele engasga, cuspindo sangue ao se esforçar para falar e depois fica inconsciente.

Andreon volta à forma humana, pega Paolo e o coloca sobre o ombro.
Paolo resmunga devido aos ferimentos, mas permanece desacordado.

Andreon caminha nu pela floresta, indo em direção à sua casa, que fica mais afastada da alcatéia. Ele não deseja causar alarde em seu povo, o que poderia acontecer se o vissem carregando um Paolo ensanguentado.

Ao chegar em casa, Andreon chama Isabely, que vem correndo preocupada com o irmão ao sentir cheiro de sangue.

— Você está bem? — ela se aproxima e ajuda Andreon a deitar Paolo no sofá da sala.

— Estou sim, o sangue é apenas dele — responde Andreon, apontando para Paolo. Isabely se sente aliviada por seu irmão estar bem. Depois da discussão que tiveram, morreria de remorso se algo acontecesse com ele.

LUA DE SANGUEWhere stories live. Discover now