Capítulo 11

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Capítulo 11

Paixão que cresce

- Ai! Que merda é essa? - reclama, abrindo de vez a janela.

- Misty, me desculpa, não queria ter acertado você.

- Andreon?! - com o coração tropeçando com a surpresa, ela sorri radiante, compreendendo que ele estava jogando pedrinhas em sua janela.
Que fofo! Suspira sonhadora.

- O que faz aqui? Já é tarde. - fala bem baixinho, com medo de acordar Madalena.

- Eu disse que viria, e não gosto de faltar com a minha palavra. Estou incomodando?

- Claro que não. - responde, com um sorriso sincero.

- Eu posso subir? - pergunta, e o olhar dele não é nada inocente. Percebendo as intenções nada castas de Andreon...

- Eu vou descer. - ela decide, e a carinha dele condena. Misty se parabeniza mentalmente por não ter cedido à tentação.

Ela pula a janela, aproveitando a iluminação do quarto para ver melhor,  mesmo que esteja fraca do lado de fora.
Ele observa a cena dando uma risada divertida.

- Por que está rindo?

- É sua segunda vez comigo, sabe, pulando a janela.  - um sorriso travesso brinca nos lábios dele.

- Tem razão, preciso criar juízo, não acha?

- Para  mim está perfeita assim. Com esse pijama de ovelhinhas então...
Misty dá risada, fazendo ele rir junto.

- Este pijama é triste, não é? Pode falar, tudo bem.

- Eu adoro. - ele admite, e ela acredita, pois o olhar dele é o mesmo de um animal faminto.

Ela fica em dúvida se isso a agrada ou assusta, então, decide mudar um pouco a conversa.

- E você, não tem camisa em casa? - pergunta, pois ele usa apenas uma bermuda, deixando à mostra  a barriga durinha e os braços e peito fortes.
É a vez de Andreon rir alto.

- Eu tenho, mas não gosto de usar quando estou correndo na floresta.

- Entendo. É... não tem medo de correr à noite?

- Não. Já estou acostumado.

Os dois ficam em silêncio durante um tempo. Misty passa os pés descalços na grama, cruzando os braços na frente do peito ao sentir um vento fresco demais jogar seus cabelos para trás.

A noite está começando a ficar fria, mas o céu está claro de estrelas e uma lua minguante brilhante, descansa sobre um pedaço de nuvem.

- Sente frio? É uma pena que eu não tenha nem uma camisa para te oferecer. - lamenta, parecendo decepcionado consigo.

Ele dá dois passos, ficando próximo suficiente para tocá-la.

- Se quiser... - estende os braços, oferecendo o próprio corpo para esquentá-la.

A fragrância incrível de relva molhada e alfazema atinge Misty feito uma bruma suave e irresistível. Ela se recorda que é o mesmo aroma que sentiu quando se encontraram pela primeira vez na floresta e depois no quarto dela. O mesmo cheiro que a deixou incapaz de resistir a ele.

Que loucura, se ele fosse um animal , cogitaria a possibilidade de feromônios, porque o que sinto é estranho demais. Fica um pouco assustada e se afasta, para evitar se deixar levar.

- Tudo bem, então, acho que não estamos paquerando. - Ele pensa alto, abaixando os braços que havia oferecido para esquentá-la.

- Paquerando? Essa é a sua definição sobre nós? - diz, com um sorriso divertido.

LUA DE SANGUEWhere stories live. Discover now