A Teoria Do Desenrolo

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Krystiellen tinha suas amigas pra tudo

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Krystiellen tinha suas amigas pra tudo. De tirar sarro de como ela passou vergonha dando mole pra Marola no meio do mercado até resolver seus problemas.

Além de uma excelente cabeleireira, Marcelly fazia a vez de representante para Krys e a qualquer sinal de negociação, lá estava ela com seu kit vestido de seda, bolsa de couro sintético e escarpins Versace, as únicas roupas de grife que guardava apenas para situações como comprar as salas comerciais onde a colega investia parte do que ganhava ou, no dia de hoje, desenrolar os patrocínios necessários para manter o futuro projeto.

Arrumou o coque casual mais elegante do catálogo de estudos, acertou a simetria do delineado com um cotonete úmido e um calço pro sapato machucar menos, conferindo o vestido não tão justo quanto deveria.

— E aí, eu tô bem? Eu dei uma emagrecida esses dias, mas até que serve, né? 

— Tá linda, Celly. Parece uma dessas mulher que ficou rica e mudou pra Barra, sabe? Um luxo!

— Credo, Michelle! Eu tô tão brega assim?

— Aí, Celly, deixa de ser chata, né nesse sentido não e mesmo que fosse, o importante é que parece que você tem dinheiro.

— Escuta sua irmã não, Celly. Cê tá mais pra Bonequinha de Luxo que pra essas madame. Tá chique, só faltou um Yorkshire na sua bolsa. – Marcelly só não levou pro coração porque tava com medo de fazer feio e estragar tudo.

— Certeza que não tá cheirando a mofo? Tá guardado desde a vez que eu fui lá na imobiliária...

— Aqui, toma esse perfume! – Krys ofereceu e já que Celly tinha a chance de usar um Carolina Herrera original, caprichou.

— Brega sim, mas brega é cheirosa. Pronto. Tô parecendo uma empresária de gente importante agora?

— Quase. Como é mesmo que cê vai falar? – puxou ensaio e sua irmã pigarreou pra limpar a garganta e aumentar a firmeza no tom, dando a mão para cumprimento à Mimi.

— Boa tarde, meu nome é Marcelly Campos Vieira e represento a srta. Krystal da Silva nos assuntos relacionados ao projeto... Aí! Qual o nome mesmo?

— Krystais do Cabo.

— Krystais do... Caralho, Krystiellen, que nome feio da porra! Como que eu banco a rica e meto dessa pros cara? 

— E desde quando Ellinha tem bom gosto, Marcelly?

— Michelle, tu tá ligada que tu engravidou de Cleiton, né?

— Porque ele tem bom gosto e eu era adolescente. Você já é adulta e tá nessa... – evitou nome usando a lixa de unhas pra apontar para a réstia de sombra.

Dona Dita vinha de espreguiçando depois de dormir como uma rainha num colchão chique que faz massagem pra melhorar as articulações. Acordou até tarde pros padrões e uma pena que ela demorou mais uns minutinhos. É que seria perfeito se Krystiellen pudesse resolver sua parte do caô sem ela saber. Vai que era um sinal do destino pra ser franca depois de horas evitando conversa por notá-la desconfiada.

A Teoria do CorreWhere stories live. Discover now