Capítulo 2

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AVISO: ESTE LIVRO NÃO ESTÁ COMPLETO.

A história ficou postada completa do dia 25/03 ao 08/04.

Leia o livro: goo.gl/IVfu8U


Melina

Viro-me na cama, envolvo os braços e as pernas no meu travesseiro de corpo. Eu só posso estar sonhando. A Nati não teria coragem de ouvir música tão alto assim. O som continua. Ela tem coragem! Pego o celular do criado mudo para ver a hora e quase fico cega ao acender o visor. Por que sempre me esqueço de que isso vai acontecer? Pisco várias vezes e o meu humor piora ao ver que ainda são 10 horas.

— Será que não dava para ouvir num volume mais baixo? — questiono sozinha.

Levanto-me e vou cambaleando ao banheiro. Conheci a Natália acerca de um ano, numa casa noturna de Londres em que eu tocava e ela era bartender. Por sermos as únicas brasileiras que trabalhavam lá, acabamos nos tornando amigas. E, depois, quando eu decidi retornar ao Brasil, ela disse que também voltaria. Ao comentar que eu moraria no apartamento que os meus falecidos avós me deram quando fiz dezoito anos, ela propôs pagar o aluguel por um quarto e dividir as despesas, assim estamos desde que voltamos. Eu adoro essa baixinha, mas odeio o fato dela dormir pouco e ficar fazendo barulho pela manhã.

Enxugo as mãos, saio do banheiro e vou direto para a sala. Quando chego, vejo minha amiga mestiça oriental deitada no sofá, com seu longo cabelo castanho escuro solto e usando somente caIcinha e suti.ã, exibindo o seu corpo malhado de tom oliva. Neste instante, tenho duas vontades: malhar até deixar os meus músculos firmes e tomar sol até alcançar esse tom divino de pele, mas ficarei só na vontade mesmo. Há essa hora não tenho energia para fazer exercícios e nem saco para ficar no sol, pois sei que a minha pele nunca chegará a esse tom, no máximo passará de tom palmito para pimentão.

— Bom dia. — ela deseja sorrindo ao me ver.

Não respondo, apenas desligo o som.

— Ah, como é bom o silêncio. — murmuro.

— Poxa, Mel. Eu estava ouvindo.

— Poxa, Nati, eu estava dormindo. — retruco, sentando na poltrona. — Você sabe que depois de trabalhar a noite toda com música, preciso dormir no mínimo oito horas e acordar com barulho me deixa nervosa.

— Desculpa! Pensei que você já tivesse dormido oito horas.

Respiro fundo tentando me acalmar, pois sei que ela não fez isso de propósito.

— Não dormi. — esclareço. — Cheguei era quatro horas da madrugada.

— Nossa então o casamento estava bom! Como foi? Gostaram da sua música?

— O casamento foi lindo! — respondo sem conseguir conter o sorriso. — E gostaram tanto da minha apresentação que curtiram e dançaram muito.

— Sabia que você tinha ficado nervosa à toa, pois não tem como não gostar da sua música.

— Ah, mas é que era um público diferente do que estou acostumada, só que fiquei muito feliz com a receptividade das pessoas.

— Estou contente por você! — afirma sorrindo. — E, tinha muito homem bonito também?

— Vários! Só com os do altar dava para fazer um desfile daqueles que as mulheres brigam a tapa para sentar na primeira fileira.

— Oh, então eram lindos mesmo. — diz impressionada. — E você se interessou por algum deles?

Sem Querer (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora