capítulo 17

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DOMENIQUE

  

— Você não vai —

Tatiana me impede, fica em pé na porta, braços estendidos, parece uma estrela do mar que anda em pé.

— Eu vou. —

— Não vai. —

— Eu vou. —

— Não vai. —

— Tatiana o médico disse que eu estou bem! E que nem foi sério, só tenho que passar a pomada!! Eu não perderei as aulas por causa disso. —

Ressalto o que para mim é óbvio.

— E disse que deveria descansar por causa da tontura! E se você desmaiar??? — abaixa os braços e nega.

— E eu descansei, dormi uma hora inteira agora estou pronta para as aulas. —

— Nossa, uma hora inteira hein? —

Finge satisfação. Faço um bico e uma careta.

— Anda, estamos se atrasando dessa maneira. —

A puxo e destranco a porta.

— Ainda não estou de acordo. —

Demonstra insatisfação no rosto inchado por causa de todo choro desde o ocorrido ao momento em que deixei a sala do hospital. Tatiana chorou tanto que ficou com falta de ar. Eu achava que era ela quem não deveria ir para as aulas hoje depois do susto e todo o medo sentido, ela havia entrado em desespero cogitando que eu tinha quebrado o osso do osso. Eu nem sabia se era possível.

— Você devia ter dormido...— digo.

Eu a abraço de lado e passo os dedos pelo seu rosto. Ela suspira.

— Tentei, mas fracassei. — bufa, bocejando após.

— Eu estou bem, eu juro. —

Estico meu midinho, ela cruza o seu no meu.

— Jamais me perdoaria se algo ainda mais grave tivesse acontecido com você. — fecha os olhos e me abraça.

— Tati, não é culpa sua. Imagina se eu estivesse em algum estabelecimento ou na rua e um cara mexesse comigo, você faria o mesmo por mim. —

A aperto a fazendo rir.

— Eu venho te buscar na saída. —

Ela diz, quando paramos na frente da porta da minha sala de aula. Noto os alunos lá dentro, checo as horas no meu relógio, não estou atrasada embora o professor já esteja dentro, mexendo no computador.

— Vai mesmo se demitir? —

Eu murmuro, encostada na porta.

— É lógico, se eu não fizer isso você não fará, e, isso se tornou perigoso demais. Darei um jeito de arrumar outro emprego, não sei. —

— Aceita a minha ajuda Tatiana...—

Eu seguro a sua mão.

— Não Domenique, eu mesma irei dar um jeito nisso. Já me ajudou demais, olha o que aconteceu com você por ficar tentando me ajudar! — aponta meu rosto.

Bad BoyOnde histórias criam vida. Descubra agora