capítulo 61

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JOSEPH RIVERA


— O que você tem feito? —

Odete me pergunta. Sirvo para ela uma xícara do chá de campim limão que acabei de preparar para nós dois quando, aceitei a sua visita ao fim da tarde. Ela sorriu, eu sorri, ainda desacostumado, não apenas com o sorriso é lógico.

— Estudado — dei de ombros.

— Eu...não quero ser evasiva —

— A senhora não está sendo. — rapidamente falei me inclinando no balcão frente a ela sentada.

— Eu, queria conhecer você, saber seus hobbys, o curso que está fazendo...eu, não sei. —

Odete fecha os dedos das mãos no rosto cobrindo a boca. Ela não chora nem parece perto mas posso perceber que ela está triste e desesperada porque ela quer se aproximar, eu quero me aproximar mas nós dois achamos um erro se aproximar por desde que eu nasci fomos obrigados a pensar assim. Me sentia programado e quebrar o programa era difícil, muito difícil. Era como se a qualquer momento tudo fosse voltar ao que era antes e isso me assustava demais.

— Eu sei, é estranho. —

— Mas, iremos progredir ao ponto de ser natural. — tento acalmar tanto ela quanto eu, mas não sei se consigo.

— Eu, tenho ensinado Nathan a cozinhar, ele tem progredido bastante, estudamos juntos toda semana também...— conto, ela relaxa mais.

— E você gosta da faculdade que está cursando? — aceno e sorrio.

— Eu comecei a ler, livros de fantasia e romance...— soei orgulhoso e empolgado, lembro de ve-la lendo livros durante grande parte da minha infância, talvez para tornar mais fácil de fingir a sua indiferença ou porque eram uma das poucas coisas que ele a deixava realizar, que ele permitia que ela pudesse ter.

— Foi por causa da Domenique? —

Ela descobre após avaliar minha expressão.

— Foi. Eu queria que tivéssemos algo em comum porque ela adora dizer que não temos nada em comum. —

Puxei o livro que larguei em cima da bancada quando a campanhia tocou. Odete aceitou o livro quando eu o inclinei na sua direção para que ela pudesse segura-lo.

— Você acha que não tem nada em comum com ela? — ela sorri foleando o livro e focando na palavras que enchem as bordas.

— Eu não sei...às vezes acho que ela está certa mas às vezes acho que não. — suspiro.

— Mas vocês se gostam — afirmou. — É o principal. Se não der certo, comecem de novo. — nego, ela ri, vê que não dar certo não está nos meus planos porque dar certo com ela é tudo que vêm na minha cabeça quando penso em Domenique e eu juntos. E daria certo. Eu sabia. Eu sentia isso. E agora com minha cerejinha tentando, eu sabia que podíamos ficar juntos.

— E a senhora, o que tem feito agora?—

— Eu vendi aquela casa. — disse de imediato, pareceu um alívio quando disse em voz alta. — Pois é — completa rindo quando percebe a minha surpresa e sorriso.

Bad BoyOnde histórias criam vida. Descubra agora