Bad Boy

capítulo 2

Meu coração não conseguia parar de palpitar. Meu corpo não parava tremer de tanto nervoso e as minhas mãos de suar. Eu simplesmente não conseguia respirar direito, nem sabia mais como era não ficar nervosa.

E o que deixava ainda mais nervosa era o olhar que ele me lançava vez o outra, um olhar que dizia que ele sabia exatamente o que foi capaz de causar comigo apenas com uma meia conversa de menos de cinco minutos.

Isso me deixou uma pilha de nervos. E ter que disfarçar isso diante da minha melhor amiga estava se tornando a cada segundo que se passava uma missão impossível. No entanto, saber que se eu abrisse minha boca para falar o que aconteceu enquanto ela estava no banheiro aqui nessa lanchonete, era o mesmo que pegar um megafone e contar para todos.

Porque Tatiana simplesmente iria surtar. Ela me acalmaria depois mas surtaria primeiro e isso seria um grande problema do qual eu evitaria até estarmos no dormitório da Universidade em nosso quarto.

Eu pensei até mesmo em ir embora. No entanto eu sentia que se eu me levantasse e passase sozinha por aquela porta, porque Tatiana não iria embora daqui tão cedo, aquele cara do balcão iria me seguir e iniciar uma conversa e eu não estou apta para isso. Mal me recuperei da meia conversa quem dirá do que pode vir depois e o que mais pode me acontecer. Pensar nisso estava me enlouquecendo.

Comecei a batucar minhas unhas na capa do livro completamente estressada por dentro. Fitei o título, a vontade imensa de terminar o livro havia desaparecido para meu grande azar. Me sentia muito mal porque isso me distrairia bastante em meio a voz de Tatiana que falava e falava sem parar me deixando ainda mais confusa e desnorteada pela grande quantidade de assunto que ela conseguia armazenar.

— Ei??? Domenique? Alô, alô, tem alguém aí???? Eeeeiiii não me ignoraaa —

Um som de estalos me fez parar de encarar o livro e focar em dois dedos estalando freneticamente na minha frente tentando a todo custo chamar a minha atenção.

Pisco saindo da minha bolha virando o rosto na direção de Tatiana, recobrando a minha postura ereta e parando de batucar as unhas na capa dura. Minha melhor amiga me encara de cenho franzido e os olhos castanhos claros arregaldos.

— Você ouviu alguma coisa que eu falei??? —

Ela perguntou elevando as sobrancelhas e balançando a cabeça junto de um movimento na mão onde o cotovelo está apoiado em cima da mesa quadrada.

— Sim....é...não....me desculpa.—

Balancei a cabeça e passei a mão pelo rosto descendo por toda a minha cabeça até a nuca segurando as mechas do meu cabelo, suspirando completamente frustada e derrotada.

— Tá pensando no quê?? —

Me questionou. Encarei ela com a boca ligeiramente aberta mas sem saber exatamente qual tipo de "mentira" responder para fugir de uma sequência de perguntas.

—....ou melhor..em quem??? — um sorriso provocativo surgiu de forma assustadoramente familiar em seu rosto. Ele me lembrava a última vez e a primeira em que eu concordei sobre um tipo de rapaz e de como a tragédia que tentar me "apresentar" para ele foi. Tive a desagradável sensação de deja'vu.

— Em ninguém...eu só, quero ir embora. Já é quase de noite Tatiana. — resmunguei deitando a cabeça na mesa ao lado do meu braço.

— E nós combinamos de aproveitar a nosso final de semana. —

Me lembrou. Levantei o rosto.

— É. Só que até agora eu não curti nada...e inclusive nem vi a cor dos nossos pedidos. —