capítulo 54

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JOSEPH RIVERA


               

O som de batidas na porta me acordaram. Abri os olhos e olhei para trás, a porta do dormitório de Domenique estremecia com as batidas impacientes de alguém que eu tinha uma breve ideia. Pude ver a sombra por debaixo da porta.

— Domenique?? — bateram novamente ao falarem. Era exatamente quem eu queria encontrar: Héctor.

Domenique se remexeu com o rosto escondido entre dois travesseiros pequenos, percebi que ela adorava dormir rodeada por travesseiros ou algum corpo, meiados da noite ela buscara conforto no meu corpo e eu adorei a rodear com meus braços. Aquilo foi mais que um sonho para mim. Agora ela usava os travesseiros para se aconchegar. A cobri e desci da cama com cuidado para não desperta-la.

Bateram na porta de novo e eu destranquei e a abri puxando ao meu encontro. Héctor parou no mesmo lugar ao tentar adentrar no cômodo quando se deparou comigo bloqueando a sua passagem. Ele me olhou e mexeu as sobrancelhas, confuso.

— Posso ajudar? — cruzo braços e me encosto na lateral da porta.

— Onde a Domenique está? — perguntou tentando olhar para a escuridão de dentro do quarto. Puxei mais a porta ficando metade do lado de fora.

— Dormindo. E ela não quer falar com você nem acordada. — debocho em um sorriso.

— O que você está fazendo aqui? —

— Dormindo com a minha garota. Até onde sei você não está mais usando ela para se distrair, e ela finalmente se deu conta de que não havia nada bem intencionado vindo de você quanto ela...—

— Fala como se gostasse dela —

Ele sorri recuando um pouco.

— Eu não tenho que provar nada para você. — seguro na maçaneta e sorrio.

— Eu quero falar com a Domenique —

— Mas você é chato, hein? Domenique está dormindo e posso afirmar que ela não quer mais falar com você, qual parte ainda não entendeu? —

— Ela não te falaria isso. Posso apostar que quem está aí dentro é Tatiana. Não é assim que fazem? Compartilham as garotas. — agarrei ele pela camisa, perdendo minha paciência.

— Se continuar falando merda eu mesmo irei limpar essa sua boca como fiz da última vez, e você sabe que não terá a menor chance de revidar — apertei meu braço contra o pescoço dele impossibilando a passagem do ar.

Joseph?

A voz sonolenta da Domenique me acalmou. Eu o sufoquei mais e me virei um pouco para trás, ela se mexeu deitando em horizontal para poder me olhar da cama, pude ver os olhos entreabertos e sonolentos, a irritação a rodear as íris castanhas juntando-se a curiosidade.

— Já estou indo, cerejinha... —

— Você pode ir embora, já perdi tempo demais nessa ladadinha. —

Larguei o pescoço de Héctor o permitindo respirar outra vez. Ele tossiu várias vezes e eu sorri me deliciando com a visão da sua quase asfixia. Ele merecia a morte por ter machucado mesmo que um pouco a minha cerejinha. Meu punho coçava querendo acertar ele no rosto de novo e de novo.

— Dá licença Joseph —

A mão de Domenique tocou nas minhas costas. Me virei triste tentando convencer ela de que tudo estava resolvido. Ela olhou para Héctor ao puxar a porta abrindo-a por completo, seu rosto estava amassado e eu percebi que ela lutava ao máximo para não despertar, recusando a luz do lado de fora.

Bad BoyOnde histórias criam vida. Descubra agora