capítulo 21

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DOMENIQUE

             

— Isso tá ardendo porra —

Torno a dizer, desvencilhando-me de Joseph. Ele agarra o meu rosto me obrigando ficar parada e me encara, os olhos verdes furiosos brilham em raiva e impaciência por eu estar reclamando sem parar desde que ele iniciou os cuidados com meus machucados, eu critiquei tudo me enlouquecia o fato dele ainda não ter ido embora porque era essa a porra da minha intenção com todas as críticas. Ele parecia prestes a me amarrar apenas para que eu parasse de dificultar as suas tentivas de cuidar dos meus machucados, mas não aparentava propenso a ir embora em momento algum.

— Cerejinha isso pode ser do jeito difícil ou do jeito fácil, é você quem decide. — o babaca murmura entre dentes, pressiona o remédio na minha bochecha e suaviza a mão logo depois.

Engulo minha raiva e reviro os olhos.

— Não preciso da sua ajuda, por que não vai embora? —

— Porque se eu não cuidar de você, você não o fará. —

— E quem é você para saber o que eu irei ou não irei fazer babaca?? — cruzo os braços.

O babaca apenas sorri de lado, cortando a faixa para o curativo na minha bochecha. Crispo os olhos tentada a soca-lo. Desvio minha atenção e recosto na cabeceira frustada ao perder mais uma discussão.

Lamento os arranhões na capa do meu livro no colchão. Foi guardado com tanto carinho e agora, marcado para sempre.

Um celular sooa no quarto, procuro o meu no pequeno criado mudo mas o som não está vindo dele. Joseph se mexe tirando o seu aparelho do bolso, toda a sua postura e a sua expressão facial mudam no momento em que lê o nome escrito na tela. Estou longe demais para poder ler, estico um pouco o meu pescoço, ele bloqueia o aparelho me incapacitando de descobrir quem se tratava.

— Pronto. —

Ele se inclina e firma o curativo na minha bochecha para proteger os arranhões fundos e ardidos, a unha daquela vadia me marcou feio, ao menos eu a deixei pior.

— Por que não atendeu? —

— Não é importante. —

Nitidamente força um sorriso. O telefone torna a tocar. Ele abaixa o olhar, o corpo tensiona e a respiração fica mais pesada. O seu desconforto era colossal.

— Pode atender. Não tem problema. —

— Não é importante —

Repete, dessa vez desliga o telefone. O percebo apertar o celular, me preparo para o momento que irá quebra-lo mas quando ele tem certeza de que o desligou o guarda novamente dentro do bolso.

— Interessada na minha vida cerejinha? — diz quando me flagra olhando-o descaradamente com minha curiosidade a mil. Ele sorri de lado dizendo com a expressão te peguei.

Eu? Interessada na sua vida? Eu teria de estar muito cansada da minha. — dou uma risada falsa e reviro os olhos.

— Parar brigar por causa de um livro eu aposto que está sim. —

Fecho a cara e o babaca ri vangloriando-se de mais um ponto à seu favor entre nossos retruques e provocações.

— Ela arranhou o meu livro. Eu a teria matado mas você me impediu. —

Bad BoyOnde histórias criam vida. Descubra agora