capítulo 38

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JOSEPH RIVERA

        

— Tatiana me atende sua filha da puta!!!! —

Nathan grita para o telefone deixando o décimo recado na caixa postal de Tatiana. Ele ficou ligando para a mesma desde que foi embora com aquele cara na noite passada, o telefone dela estava desligado com base no recado mas ele não parecia se importar. Eu não o julguei, estava com a mesma raiva e não parava de rever aquele cara colocando aquela boca na boca da minha cerejinha e ela deixando ele beija-la. Essa situação começava a me dar nos nervos.

Eu não tinha o número de Domenique e acredito que por enquanto era o melhor porque poderia ruir tudo caso eu pudesse lhe mandar uma mensagem sem esforço algum, além de que eu sabia que ela me ignoraria e era pior ser ignorado por ela através de um aparelho do que escutar suas grosseiras pessoalmente porque pessoalmente ela não conseguia me ignorar.

— Cara, ela não vai atender —

Eu disse por fim, com pena de todo o esforço de Nathan. Essa era a primeira vez que eu presenciava meu melhor amigo com ciúmes de algo, alguém melhor dizendo, era inusitado, me perguntei se eu parecia tão frustado quanto ele, talvez, diferente de Nathan eu tinha uma capacidade um pouco maior para fingir e esconder meus sentimentos, uma lição que aprendi muitos anos atrás sendo criado por Javier. Mas, eu estava tão furioso quanto o loiro ao meu lado e não pretendia esconder isso da minha cerejinha.

— Que inferno porra! —

Ele enfiou o celular no bolso e abriu a porta do carro e a bateu. Fiquei do lado de dentro ainda apoiado no volante olhando através da janela e parte do parabrisa para o prédio dos dormitórios esperando para que Domenique empurasse as portas e eu fosse lá. Todo esse jogo poderia ser facilmente carregado mas enfiar aquele idiota no meio foi um golpe baixo e cruel, ela havia feito de propósito, mas se ela pensava que eu desistiria dela por causa disso estava redondamente enganada.

Tatiana não entra não, temos que conversar!!!

Nathan correu no instante em que Tatiana empurrou a porta saindo junto de Domenique e entrou novamente quando avistou Nathan a esperando. Ele correu entrando no prédio atrás dela. Já a minha cerejinha que não fugia de nada nem ninguém, nem por um minuto se abalou ao me perceber dentro do carro sem nem mesmo olhar na minha direção para saber disso. Ela entrou no corredor interligado ao primeiro prédio e manteve seu olhar fixo no caminho andando calma e decidida.

Empurrei a porta e deixei que batesse, entrei no corredor movendo-me na direção dela. Me surpreendi ao me dar conta da aparência desleixada da mesma, os cabelos estavam presos muito mal e feio, ela usava os óculos que a vira usando apenas uma vez. Ela não parecia ter dormido, me perguntei se passara a noite com Héctor e odiei pensar nisso, mas desejei que se tivesse, que tivesse sido horrível e ela se arrependesse amargamente disto.

— Precisamos conversar, cerejinha. —

Levantei meu braço para toca-la. Ela simplesmente recuou um milímetro e passou por mim ignorando completamente a minha existência, sem sequer se dignar a me olhar uma única vez. E permaneceu andando como se não houvesse ninguém além dela no corredor.

Domenique!

Esbravejei a chamando, bravo. Ela não parou de andar ou se virou para me olhar. Foi como se eu não existisse, como se eu fosse invisível. Ela literalmente havia acabado de me ignorar como se eu fosse uma mensagem mandada por engano.

Bad BoyOnde histórias criam vida. Descubra agora