• CHAPTER EIGHT

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⚠️ALERTA DE GATILHO ⚠️
Uso de bebida alcoólica, agressão verbal
discussão, relacionamento familiar complicado.




A mochila pendurada em seu ombro parecia pesada demais para a quantidade de matéria que continha em seu interior, o par de olhos azuis vagava pelo corredor sem um ponto fixo a qual se concentrar enquanto retornava em passos lentos para a diretoria onde seu pai se encontrava.

Cada passo rumo àquele local parecia tornar as coisas mais complicadas, sua mente lhe gritava para que saísse dali o mais rápido que pudesse sem olhar para trás e aquela sensação incômoda de que algo estava muito errado lhe causava arrepios na coluna.

As risadas que ecoavam juntamente de conversas paralelas não chegavam aos ouvidos de Takemichi que se encontrava preso em sua própria mente, lutando contra si mesmo para deixar o medo para trás e encarar de frente a situação a qual suas ações haviam lhe colocado.

— TAKEMICHI! — O grito lhe faz parar de andar em meio ao corredor e se virar, correndo em sua direção vinha Takuya com a própria mochila nas costas — O-onde você vai?

— Meu pai veio me buscar — contou segurando com força a alça da mochila.

— S-seu pai? — O amigo pareceu engasgar com o ar, os olhos arregalados seguindo para a porta da diretoria não muito distante de onde estavam parados.

— Hunrum.

— Isso tem haver com o motivo de você ter sido chamado na diretoria? — O moreno balançou a cabeça em uma resposta muda — Meu deus… Takemichi, o que você fez?

O garoto abriu a boca e fechou algumas vezes pensando na melhor forma de contar ao amigo, sem que o mesmo surtasse ou ficasse preocupado.

O ranger da porta vindo de trás de si, fez com que o moreno desviasse a atenção olhando para a origem do som e se deparando com seu pai saindo da sala na companhia da megera, segurou a vontade de revirar os olhos e apertou com mais força a alça da mochila, forçando um sorriso ao se virar para Takuya.

— Eu te conto amanhã, pode ser? — sua voz saiu fraca, em um sussurro enquanto seus olhos focavam na expressão do amigo.

Yamamoto resmungou algo incompreensível e balançou a cabeça conformando, os olhos seguiram na direção do patriarca dos Hanagaki com sentimentos que o garotinho não compreendeu e se virou para sair.

— Mais uma vez, obrigado Nakamura-san — Sr. Hanagaki colocou a mão sobre o ombro do filho, dando um aperto no local — Vamos filho.

Takemichi mordeu o lábio contendo qualquer tipo de som que pudesse produzir baseado na dor que surgiu do aperto repentino em seu ombro, um passo para trás fugiu do toque de seu pai e apertou ainda mais a alça da mochila enquanto começava a andar em passos rápidos para a saída do colégio.

Os passos do progenitor atrás, firmes e barulhentos, daquele mesmo jeito que se ouvia em filmes de suspense quando o protagonista estava sendo perseguido pelo assassino que não tinha a menor pressa em acabar com toda aquela situação, que se divertia apenas com o desespero da própria vítima.

Balançou a cabeça afastando aqueles pensamentos, ele não estava em um filme de terror e seu pai não era nenhum monstro.

O percurso feito da escola até às portas da residência Hanagaki durou pouco mais de cinco minutos e foi feito em completo silêncio, talvez se não fosse pela poluição sonora das ruas de Shibuya poderia até ser possível escutar o batimento cardíaco das únicas pessoas no interior do automóvel.

Takemichi passou a curta viagem encarando o tráfego nas ruas, sem olhar momento algum para o patriarca, o cheiro de bebida alcoólica que se fazia presente no interior do carro era o suficiente para que o garoto pudesse concluir o que continha dentro da pequena garrafinha de metal que o mais velho retirou do bolso ao sair de dentro da área do colégio.

THE LAST A CHANCEWhere stories live. Discover now