• CHAPTER TEN

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DEZEMBRO, 2000

 

  Querido rei,

   A cada dia que se aproxima estamos mais próximos de nós encontrar e eu mais ancioso para esse dia.

   Desde que você foi levado ao reformatório, eu venho lhe escrevendo diariamente cartas a qual apenas poucas delas tive coragem de lhe enviar, afinal estou ciente que boa parte das coisas presentes nela não seriam do seu interesse.

   Se caso venha a se questionar o que poderia a elas conter, bem, nada de mais na realidade, apenas comentários ocasionais do que acontece no dia á dia, ou como as coisas parecem esta muito mais chatas sem a sua presença por aqui, entretanto dessa vez, tenho algo realmente importante para lhe contar.

   Eu reencontrei meu herói, hoje!

   Não posso garantir que você se recorde de quem é ele ou das vezes em que falei sobre, mas, era aquele quem costumava me proteger dos valentões quando eu era criança, que sempre levava as surras por mim e foi um dos motivos deu querer ser mais forte.

   Você uma vez me disse que as pessoas quando nos afastamos costumam esquecer da gente, não se lembram e mudam completamente, mas ele não mudou e muito menos me esqueceu.

   Sabe, eu adoraria que você o conhecesse assim que saísse daí.

   Tentei ser o mais breve possível nessa carta.

   Eu não sei se essa carta chegará a você antes a você antes que seja liberto, entretanto se caso chegue, eu espero que goste das boas.

- Kakucho

   Ps: A senhorita Yoshiara me ajudou a escrever essa carta :)

Os dedos calejados passaram contornando os mínimos detalhes da letra miúda da carta, os olhos violeta iam de um lado ao outro no papel, lendo e relendo cada trecho, frase e palavra presente.

A sombra de um sorriso era sutilmente perceptível na expressão seria do garoto de origens Filipinas, segurando firmemente a folha em seus mãos desde que a mesma chegará até si durante as primeiras horas da manhã quando um dos guardas passavam entregando aquilo que havia sido envolvido aos delinquentes.

Em sua mente diversas perguntas surgiram referentes ao conteúdo da carta, não relacionada ao encontro do Kakucho com seu herói, mesmo que aquilo lhe incomodasse, Izana gostaria de saber onde foi que o servo tirou a ideia que ele não gostaria de receber cartas longas? Que não estaria interessado no que acontece na vida do garoto? Será que havia deixado isso subentendido nos últimos anos de convivência? Ele não queria passar aquela impressão, estava longe de sua vontade que Kakucho achasse que ele não se importava com as coisas que ele lhe contava, aquelas cartas que o filipino recebiam semanalmente eram de longe seu momento preferido, ele adorava ver a letra do outro e ler as coisas que aconteciam em sua ausência.

Aquelas cartas eram uma forma de saber que Kakucho tinha tantas saudades quanto ele, que o garoto estaria lhe esperando quando saísse daquele inferno que era o reformatório e que sempre teria alguém ao seu lado independente das suas ações.

— Kurokawa Izana… — A voz do guardinha atraiu sua atenção, desviando os olhos do papel para o homem de meia idade que estava parado do outro lado da cela — Ainda não juntou suas coisas?

THE LAST A CHANCEWhere stories live. Discover now