• CHAPTER NINETEEN

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O som do salto fino contra o chão quebrou o silêncio nos corredores do hospital nas primeiras horas da manhã, os cabelos pretos balançavam ritmados com o movimentar rápido do corpo que cruzava o espaço no menor tempo que uma mulher poderia pecorrer um longo corredor branco de hospital usando saltos finos. 

Nishimura Yumi já havia sentido desesperada muitas vezes na vida, esse sentimento se tornando uma assombração constante desde que seu primogênito e filho único, Hanagaki Takemichi, havia entrado em coma após um incêndio. Ela temia pela vida tão frágil de sua criança e se culpava por não está na cidade quando tudo aconteceu, se julgava por um jovem adulto que era sensei de seu filho ter mais responsabilidade com o pequeno do que ela que era sua progenitora, mas sua maior dor e motivo de desespero era saber que durante todos os meses que passava longe por causa do maldito trabalho que a forçava viajar seu filho sofria nas mãos do pai, aquele que devia cuidar e proteger.

Quanto mais próximo ela chegava da entrada do quarto, mais sua miopia deixava se ser um problema e ela conseguia distinguir a figura masculina que estava prestes a entrar no quarto, as palavras lhe escaparam antes mesmo que ela pudesse pensar em agir.

— EU JA DISSE QUE VOCÊ NÃO VAI ENTRAR NESSE QUARTO, TAKAO.

O homem deu um passo pra trás e se virou fitando ela se aproximar a passos rápidos lhe empurrando de perto da porta, ele parecia outra pessoa que não fosse seu marido, havia olheiras horríveis acumuladas abaixo dos seus olhos e uma barba por fazer.

— Não seja infantil, Yumi — Ele praguejou — Eu quero ver nosso filho.

— Seu filho? — A risada em puro sarcasmo lhe escapou— Você ainda tem coragem de chamar Takemichi de “seu filho" depois de tudo que você fez com ele?

— Meu sangue ainda corre nas veias dele, então sim, ele é meu filho.

— Ele não é seu filho, com certeza não, sabe porque? — Um suspiro, apitando para ele e seus olhos brilhando no único sentimento que ela conseguia transmitir quando se tratava dele, raiva. — Um pai jamais faria o que você fez com ele, as marcas no corpo dele... Isso, isso não ta certo, eu não posso aceitar que você chegue perto dele depois de tudo que causou nele.

— Eu já disse que não fiz isso, o quão difícil é confiar em mim Yumi? Estamos juntos a mais de dez anos.

— Gostaria que eu fizesse uma lista enumerando todos os motivos pela qual eu não acredito em suas palavras?

Os lábios cortados não se moveram em uma resposta partindo dele, a marca arroxeada do soco que ele havia recebido de Shinichiro ainda se mantinha marcado em sua bochecha, ela não esperou ele ponderar a pergunta e responder, aproximou um passo dele.

— Poderia colocar em primeiro lugar o que houve com Ryuusei, seu bastardo, ou você esqueceu do que fez com a mãe do garoto e como deixou ele?

E ela esperava por qualquer reação partindo do ex-marido, mas ele nem ao menos pareceu abalado quando a mesma mencionou o garoto que ele havia tido fora do relacionamento, Takao continuava a lhe observar com uma raiva contida e sem deixar transparecer o lado violento.

— A situação é diferente, Yumi — Ele disse em um tom manso, estendendo a mão para tocar no ombro dela, essa mesma mão que logo foi estapeada para longe. Ele bufou, dando um passo para longe — E não entendo a comparação também já que eu nunca levantei uma mão para o garoto

— Mas não se pode dizer o mesmo com a mãe dele — Ela rebateu— Depois ainda ousou jogar culpa na mulher pelo comportamento agressivo do filho, sem contar as comparações que faz entre ele e Takemichi.

— Eu não quero que nosso garoto se torne como ele,  Yumi

— Então essa é a justificativa que vai dar para seu comportamento agressivo com nosso filho?  — Manter a paciência era uma habilidade que ela estava prestes a perde, seu dedo apontando na direção dele quando as palavras cheia de rancor lhe escaparam — Que não queria que ele se tornasse como a criança que abandou em um orfanato depois da morte da mãe? Você só tem direito de chamar nenhuma dessas duas crianças de filho..

— Yumi — Ela deu um passo para perto, tentando se aproximar.

De dentro da bolsa ela puxou o celular preto, erguendo ele no ar e deu um passo para trás segurando a maçaneta da porta do quarto do filho com a outra mão.

— Dê apenas um único passo e ligarei para polícia, não esqueça que tenho uma medida protetiva, nem aqui você deveria estar, Takao  — Ela lembrou.

— Essa história ainda não achou, Yumi — Ele ameaçou afastando da porta do quarto — Ele ainda é meu filho.

—— • ——

Hanagaki Takemichi não sabe explicar exatamente quando o seu sono ficou extremamente delicado, em que momento das inúmeras viagens no tempo ele passou a desapertar com o menor dos barulhos presentes no ambiente, não era necessário muito, apenas o ranger da porta ou o som de passos.

Ele poderia ser ele, mas ainda havia apreendido um bocado depois de se envolver em tantas enrascadas e a primeira era nunca demonstra de forma espalhafatosa e barulhenta que estava prestando atenção, quando o grito de sua progenitora ecoou pelo corredor e invadiu o silêncio, ele acordou, preso entre os corpos de Izana e Kakucho que dividiam com ele a cama esteira do hospital, ele não tinha muito o que fazer além de apenas ouvir a discussão qur havia se iniciado do lado de fora entre seus país.

Algumas coisas lhe passaram batido por conta dk tom de voz, outras informações escapavam por entre os dedos de Hanagaki por que ele ainda estava muito confuso por ser acordado derepente. Seus olhos fixos sobre a madeira que separava ele dos progenitores, esperando o momento que ela ia abrir.

Quem era Ryuusei?

Essa era sua principal dúvida no momento, aparentemente seu pai poderia ser inocente das acusações de abuso contra si, mas havia feito alguma coisa grave contra esse outro menino pelo tom que sua mãe usava.

Takemichi tinha uma irmão aparentemente então e isso era confuso, bizarro e maluco? O nome por algum motivo não lhe era totalmente desconhecido, o que deixava toda a situação ainda mais estranha do que ja poderia ser.

O ranger da porta então lhe puxou para o momento em que sua mãe entrava no quarto, ele se virou na cama de costa para a porta e puxou o cobertor um pouco para cima, sua respiração ainda estava um pouco estranha por causa do susto e poderia ser óbvio que ele agora fingia dormir, mas sua mão não reparou quando deixou um beijo rápido sobre seus cabelos.

— É bom te ver sem aqueles negócios, bebê — Ela murmurou baixinho, mas não o suficiente para que Hanagaki não ouvisse o que ela dizia — Prometo não te deixar mais.

THE LAST A CHANCEWhere stories live. Discover now