• CHAPTER FIFTEEN

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Sua garganta estava arranhando.

Tentou de forma desesperada respirar, entretanto era inútil, todo o esforço que fazia naquele momento apenas aumentava a dor insuportável que sentia.

Tudo ao seu redor estava escuro e silencioso ou acreditava que sim, não escutava nem via nada afinal. Seu corpo parecia está preso a algo, ele doía, mas era pesado de mais para conseguir movimentar qualquer parte dele.

Sua mente vagava entre a consciência e a falta dela, em suas últimas lembranças gritava por Inui enquanto tudo ao seu redor ardia em chamas, ele não se lembrava o porque daquilo ocorrer, só sentia o desespero e o medo de não conseguir salvar o amigo.

Inui Seishu estava bem?

Takemichi gostaria muito de saber.

A dor então passou, conseguiu respirar e os batimentos de seu coração descontrolado se acalmaram, novamente não se lembrou de mais nada.

Ouviu vozes pela primeira vez desde seus próprios gritos desesperados, elas também pareciam desesperadas, chorosas talvez, junto dela sentiu algo quente em contanto de sua pele, mas de uma forma aconchegante e não desesperadora como o calor produzido pelas chamas.

Ainda estava tudo escuro, mas conseguia destinguir o toque gentil em seus cabelos e os lábios calidos de alguém em sua testa, talvez até mesmo a fria lágrima em sua bochecha. Ele chorava ou alguém chorou perto?

Não sabia.

Da próxima vez que se lembra de algo, Takemichi finalmente compreendeu as vozes e conseguiu identificar seus donos, eram Kokonoi e Shinichiro, a voz de Hajime era mais suave da que ele se recordava no futuro e a do Sano era tão gentil e suave quanto da primeira vez que se encontraram.

Eles falavam sobre fazer dias que Takemichi não acordava, sobre o risco de não acorda.

Então estava em coma? Era por isso que tudo estava escuro?

Ah sim, as coisas agora faziam sentido... Estava na residencia Inui, um acidente causou um incêndio provavelmente o mesmo que na linha original causou a morte da Akane, mas agora era ele quem estava em coma e ela? O que havia acontecido com a irmã do amigo? Takemichi não sabia, não lembrava de Koko falar sobre ou Shinichiro.

Até que mais uma vez, não ouviu e nem sentiu nada por um tempo longo ou curto, talvez horas ou meses, anos quem sabe?

Estava tudo bem, porque sua mente era criativa e suas memórias eram variadas, naqueles momentos ele se recordava de tudo que passou junto da Toman, ao lado de Manjiro.

Ouviu vozes novamente, sentiu toques e finalmente conseguia respirar, um barulho suave preenchia os momentos que não havia ninguém falando, talvez esse fosse os aparelhos que estavam o mantendo vivo.

Takemichi não podia explicar quanto tempo ficou naquele estado, indo e vindo, sem conseguir reagir, até que sentiu seu corpo doendo de ficar na mesma posição e seus olhos pareciam arder de tanto ficar fechados, ele havia lido muito sobre acorda de um coma, mas nada dizia que seria como acorda de um pesadelo.

No meio da madrugada, da terceira semana de julho ele acordou, estava tudo escuro ou quase isso, já que pela fresta da cortina entrava rastros da luz da lua. Seu corpo parecia pesado, mas não como antes, na verdade ele nem se lembrava do antes, depois de se acostumar com a escuridão ou claridade, ele percebeu que o peso incomum vinha da cabeça apoiada sobre sua perna.

— Kakucho — chamou pelo nome em um sussurro, sua voz saiu rouca e arrastada, sua garganta doeu, precisava urgentemente de água, tentou mover a mão para passar pelos cabelos negros, mas parecia difícil se mover.

Se esforçou um pouco para conseguir retirar a máscara de oxigênio em seu rosto, quando inspirou o ar uma crise de tosse veio junto como se mandasse para fora algo ruim.

Kakucho se moveu diante do som e ergueu a cabeça lentamente, graças a luz da lua Takemichi viu os olhos abrindo lentamente, saindo do transe do sono e focando em sua pessoa que não devia está nas melhores condições.

As pupilas dilatando rapidamente e a expressão se contorcendo em surpresa, Takemichi forçou-se a abrir uma espécie de sorriso diante da reações de Kakucho esse que quando assimilou tudo saltou da cadeira, agitado de mais.

— Você acordou, meu deus, você acordou! — Exclamou, contente de mais, um sorriso enorme abrindo em seu rosto, andava de um lado ao outro um pouco perdido — Vou avisar o médico, ele precisa te ver... NÃO! Primeiro tenho que avisar ao Rei, ele queria está aqui, mas Shinichiro insistiu que deveria ir com ele pra casa aparentemente é aniversário do avô deles, eu disse que ficava, pois é... Meu deus, Takemichi você acordou, eu não achava que você ia mais... Você está acordado.

Takemichi queria ri, mas sua garganta ainda parecia estranha então apenas balançou a cabeça, tentando processar todas as informações, delas uma lhe chamou atenção: Izana na casa dos Sanos. Como assim? O que havia acontecido?

— I-zana está a... Cof cof cof... a-aonde? — questionou, sua mão indo até a garganta, passeando pena região delicada.

— Não fale, sua garganta ainda está delicada — Kakucho se alarmou balançando a mão, seus olhos arregalados, talvez assutado pela crise de tosse — O rei? Não importa agora, continue acordado, vou chamar o médico.

Óbvio que a informação referente a localização de Izana era de extrema importância, caso tivesse entendido de forma correta q notícia de Kakucho, seu amigo agora se encontrava na mesma residência em que Emma e Mikey residiam, se estava lá talvez já houvesse de ter sido apresentando aos dois, mas antes que pudesse contente Kakucho ele partiu do quarto, sua voz na maior parte das vezes suave chamava por um nome incomum, esse que provavelmente pertencia ao médico.

Se Izana estava com os Sanos algo deve ter acontecidos, para algo acontecer um tempo devia ter passado, mas quanto tempo? Se lembrava do fogo, de chamar Inui e apagar, suas memórias eram uma bagunça, mas tinha quase certeza que antes de tudo o albino não tinha proximidade com qualquer Sano que não Shinichiro.

O que havia acontecido?

Onde diabos Kakucho estava?

Cadê o médico?

Takemichi queria respostas e também um copo de água, sua garganta ainda doía e tudo que ele conseguia fazer era tossir enquanto tentava respirar.

THE LAST A CHANCEDonde viven las historias. Descúbrelo ahora