16.

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Harry acordou deitado em uma superfície extremamente macia e quentinha, um cobertor grande lhe aquecia, e o garoto estava tão embalado quanto um bebê.

Ele sentia seus fios sendo acariciados, sem parar por um segundo, levantando um pouco o olhar, quando despertou por completo, viu alguém sentado ao seu lado, distraído com um celular em mãos.

Sua cabeça doía um pouco, a garganta estava seca, mas ele não queria sair dali.

Lentamente as lembranças do acontecido voltavam a ficar claras em sua mente, toda a conversa sobre seu pai, o desabafo da sua mãe, e por fim, a aparição de uma pessoa que tinha todos os traços de Anne, uma pessoa a qual ela se referiu como filha.

Filha.

— Harry? — Louis chamou baixinho ao ver o garoto se mexer levemente — Que bom que acordou, ficamos todos preocupados.

— Oi, Lou — respondeu ao chamado do outro, puxando o edredom até ele deixar exposto apenas os seus olhos — Desculpa...

— Você não tem culpa por desmaiar — disse calmo, se abaixando para depositar um beijo na têmpora do mais novo — Como está se sentindo?

— Minha cabeça dói um pouco. — respondeu ainda em um tom baixo.

— Foi pela queda, não consegui chegar perto e te segurar antes de você cair, me desculpe.

Harry se aproximou até ter sua cabeça deitada em uma das coxas de Louis, suspirando satisfeito ao ter seus fios sendo acariciados novamente.

— Não se desculpe por algo que você não tem culpa, Lou. — murmurou voltando a fechar os olhos, apenas aproveitando o momento calmo.

Antes que Louis pudesse falar algo, a porta foi aberta por uma Anne preocupada, com os olhos inchados devido ao choro, e uma aparência cansada, Louis a entendia bem.

Harry continuou quieto e com os olhos fechados, e Tomlinson entendeu que o garoto não queria que soubessem que ele já estava acordado.

— Como ele está? Já acordou? — perguntou se aproximando um pouco mais da cama.

— Acordou, mas dormiu novamente. — respondeu olhando para o garoto deitado sobre sua perna — Acredito que seria bom dar um tempo para ele.

— Entendo...

— É muita informação, sabe? Por mais que ele sempre soubesse que o pai era maluco e que a maneira que ele o tratava era errado, descobrir que o homem com quem ele convive a tanto tempo, fez coisas tão nojentas quanto o gravar escondido, e ainda ter doenças mentais graves... É muita coisa para ele lidar.

— Eu sei, por isso queria conversar com ele a sós, tem tanta coisa que eu preciso explicar.

— Creio que não seja o melhor momento para isso, Anne. Eu a entendo, ok? Você tem medo que ele a culpe pelo que aconteceu nesses anos, tem medo de que, agora que Desmond está longe, ele desconte as frustrações e os sentimentos ruins em você, mas o Harry não é igual ao seu marido-

— Eu nunca disse que ele é como Desmond, mas-

— Mas está agindo como se ele fosse, isso quando você não está agindo como ele, quando Harry criou coragem para me dizer a realidade dele, eu prometi que iria ajudar, e prometi que iria contar tudo a ele, e essa foi uma promessa que você e eles me fizeram quebrar.

— Eu não entendo, você-

Anne tentou falar novamente, mas Louis a interrompeu para que pudesse falar o que estava pensando de uma vez, aquilo estava o incomodando a um tempo, era hora de colocar para fora.

Frustration || Larry StylinsonOnde as histórias ganham vida. Descobre agora