35.

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Harry encarava o teto, ouvindo a respiração calma e baixa do namorado que dormia ao seu lado. Com a feição tranquila e os lábios em um biquinho por estar com parte do rosto pressionado contra o travesseiro.

O garoto suspirou novamente, levantando devagar e tentando não fazer barulho, o relógio marcava cinco da manhã, e ele definitivamente não dormiu nem por um segundo a noite inteira.

Por algum motivo, seu corpo estava angustiado, um aperto no peito e uma sensação ruim que não lhe abandonava por nada, tentou ao máximo dormir, mas não conseguiu, nem mesmo seus remédios conseguiram o fazer apagar e descansar.

Seus olhos estavam cansados, tudo em si mostrava o quão cansado estava, fingiu dormir para que Louis não se preocupasse, e quando o namorado finalmente pegou no sono, pode se sentar e apenas o observar dormir tranquilamente, e passou horas olhando para o nada.

Agora, estava cansado de ficar ali, decidiu levantar, logo o dia amanheceria e, apesar de não gostar de mentir para o namorado, teria que afirmar que dormiu bem, mesmo não tendo pregado o olho nem por um minuto.

As meias quentinhas em seus pés ajudava a não fazer barulho por onde estava andando, mesmo estando todo agasalhado, vestiu um moletom grande de Louis, que cheirava a ele o tempo inteiro, pegou seu celular e saiu do quarto.

Desceu as escadas devagarinho, foi até a porta de correr no fundo e decidiu que ficaria lá fora por um tempo, quem sabe a ventania fria o desse um pouco de sono. Na parte de trás da casa tinha algumas cadeiras e mesas, eles as usavam com frequência, e um sofá pequeno extremamente confortável, foi ali que ele sentou.

Na noite anterior Anne o ligou, Harry deixou a ligação cair, e depois apareceu a notificação de uma mensagem de áudio, sua angústia começou ali, e talvez tenha sido isso a tirar sua tranquilidade.

Ele ouviu tudo assim que Louis dormiu, e porra, essa mulher sabe bem como lhe tirar a pouca paz que tem. Riu sozinho ao lembrar de tudo que ela falou, de cada coisa que soou em seu fone, da voz de Gemma ao fundo, estava dividido entre agradecer por ela ter admitido tudo aquilo, ou a odiar mais ainda.

A segunda opção estava ganhando, se a odiava antes, depois disso a odiava muito mais.

Recolheu suas pernas e deitou um pouco no pequeno espaço, encarou o céu e sentiu os olhos ficarem embaçados pelas lágrimas, balançou a cabeça tentando tirar tudo aquilo da sua mente.

Foi despertado ao ouvir passos ao seu lado, se sentou assustado, mas sorriu ameno ao ver Lottie completamente embalada em um cobertor grosso lilás, com uma carinha de sono, mas também de preocupação.

— O que está fazendo aqui fora? — questionou, se pondo ao lado do garoto e dividindo o cobertor com ele.

— Não consegui dormir e cansei de ficar na cama. — deu de ombros.

— Você parece inquieto e estava chorando, o que houve? — Lottie o abraçou de lado, o cobrindo com seu cobertor e o mantendo em seus braços, beijando a testa do garoto amorosamente.

— Anne me ligou... Eu não atendi, então ela mandou uma mensagem de áudio. — respondeu, sabia que podia confiar na garota.

— O que essa desgraçada quer com você agora? — murmurou já irritada.

— Fica calma, Lots. — acariciou a mão dela que estava no seu ombro. — Eu vou mostrar para você, ok?

— Antes, eu posso falar algo para você? Na verdade, expor minha opinião, sobre ela. — murmurou baixo, encarando o chão. — Não participei de tudo ativamente, não tanto quanto meu irmão, mas sei de tudo, e nunca pude falar tudo que penso dessa mulher.

Frustration || Larry StylinsonOnde as histórias ganham vida. Descobre agora