Meu doce menino

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"Por que ele nunca escuta? Eu sempre digo. 'Não escale. É perigoso.' Eu sempre digo a ele. Por que ele não me escuta?", Carina disse impaciente enquanto andava de um lado pro outro na sala de espera do hospital com os braços cruzados sobre o peito. Esperar por uma notícia era torturante.

"Isso é culpa minha. Eu devia estar de olho nele. Eu não deveria ter deixado que ele ficasse sozinho no caminhão nem um instante", Maya disse sentindo seus olhos enchendo-se de lágrimas e em seguida escondendo o rosto com as mãos. A loira estava tão acelerada que ainda nem havia chorado. Apenas sentia um aperto enorme na garganta. Junto com o choro vieram soluços e ela quase não conseguia respirar tentando conte-los. "Isso é tudo culpa minha", ela disse soluçando.

Carina parou subitamente notando as lágrimas da esposa.

"Ei, ei, não é culpa sua. Não é culpa de ninguém, okay?", a morena disse indo imediatamente sentar ao lado da outra e apertando os braços ao redor dela. "Ele estará de volta para nós em um instante. Nosso bambino vai ficar bem", a italiana tinha os lábios pressionados sobre os cabelos da bombeira como se dissesse para convencer a si mesma. As lágrimas lentamente preenchendo seus olhos.

Maya descansou a cabeça no colo da italiana e as duas ficaram em um silêncio que apenas era interrompido pelos fungados da loira até que um interno veio na direção delas. As duas mulheres levantaram em um impulso quase em sincronia quando o homem parou na frente delas lendo o prontuário que tinha em mãos.

"Oi, mamães", Levi Schimdt disse dando um sorriso gentil levantando os olhos da prancheta. "O paciente Oliver Andrea DeLuca-Bishop já está no quarto e...", O homem dizia quando foi interrompeu por Carina.

"Como ele está? Ele está bem?", a italiana disse girando a aliança no dedo nervosamente.

"Ele está bem...", o médico continuou, mas foi novamente interrompido por Maya dessa vez.

"E quando nós poderemos vê-lo?", a loira falou impaciente.

"Na verdade, Dra. Sheppard e Dr. Link estão no quarto com ele neste momento. Eles pediram que eu as levasse até lá para que eles informasse o resultado dos exames", dessa vez ele pôde concluir sua fala.

Maya apenas tomou a mão de Carina e elas seguiram o homem.

"Ow, Oliver, olhe quem está aqui?", Amelia disse ao ver as mães do menino abrindo a porta. Do outro lado da cama estava Dr. Link.

"Ei, bebê, você está se sentindo bem?", Carina aproximou-se tomando o rosto do menino delicadamente entre as mãos. O pequeno tinha um curativo na testa e o braço esquerdo imobilizado em uma tipoia.

"Como ele está?", a loira encarou Amelia.

"Ele está bem. A sua TC está normal. Foi apenas um susto. Ela vai voltar para casa apenas com alguns pontos e precisando de descanso e muito carinho", a médica virou-se para o menino dando um sorriso.

"E um gesso colorido no braço esquerdo", Dr. Link disse fazendo com que todos os olhos do cômodo virassem na sua direção. "Ele vai precisar usar um gesso por algumas semanas para a pequena fratura que teve no punho, mas fora isso está tudo bem".

"Ele é um menino muito forte, não é mesmo?", Amelia passou a mão por sobre os cabelos do menino e ele riu.

Maya apenas tomou a mão do pequeno e a apertou contra os lábios "Meu doce menino", pensou. Estava tão preocupada. Ela havia saído um segundo e quando voltou ainda pode ver o filho caindo do caminhão. A cena passava em câmera lenta na sua mente. Ele apenas escorregou e foi ao chão em instantes. O menino bateu a cabeça e imediatamente desmaiou.

Home│a series of Marina One shotsWhere stories live. Discover now