Alone

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*Posssíveis spoilers do episódio 06x02.

Maya subiu as escadas como um tempestade. Estava sendo fuzilada por todos os lados. E nem mesmo a sua esposa a apoiava. "Você já procurou um terapeuta?", Maya lembrou da fala da mulher . Um terapeuta não resolveria sua vida. Um raio na cabeça de Becket por outro lado viria em bom momento, Maya pensou enquanto abria a geladeira com um puxão violento e pegava um copo de água com a expressão fechada. Se livrar daquele homem asqueroso já faria a sua vida melhor.

Por um instante teve vontade de socar a cara dele quando este dissera que a sua esposa vinha muito à Estação. O rosto da loira esquentou de raiva, ela apertou as unhas fortemente na palma das mãos e segurou no fundo da garganta o impulso de gritar "Tire o nome da minha esposa da sua boca, seu bêbado desgraçado" e socar suas costelas até que ele estivesse no chão. Mas ela não o fez. Apenas abaixou os olhos e seguiu em silêncio até o hall de entrada da Estação. Já vinha aguentando tanto nos últimos meses. Aquilo era apenas mais uma coisa em seus amontoado de caos.

"Ei, eu sei que você está chateada, mas, Carina não merece isso. Você não precisava gritar com ela daquele jeito", Andy disse com raiva chamando a atenção da mulher.

"Ela não podia ficar do meu lado, Andy? Quando eu mais preciso? Ela é a minha esposa... droga", a mulher bateu forte com o copo sobre a bancada sentindo o rosto ruborizar.

"Oh, okay... Primeiro você esconde algo muito sério dela durante seis meses e depois você pede que ela fique do seu lado? Isso não é um pouco contraditório?", Andy rebateu cruzando os braços com um sorriso irônico nos lábios.

"Eu... okay, Andy, você está do lado de Carina. Isso está bem claro", a bombeira apontou.

"Maya... não há lados. Nós estamos tentando ajudá-la e...", a mulher tentou argumentar.

"Eu não preciso de ajuda", Maya gritou.

Andy balançou a cabeça magoada e virou-se para sair, mas esperou um pouco de junto da porta e voltou novamente ao lugar onde antes estava para falar olhando diretamente para a amiga.

"Eu...olhe, Maya. Você pode ser malvada comigo. Vá em frente. Eu aguento. Eu já te vi passar por isso outras vezes. Eu já vi a Maya em modo de destruição, mas, se eu posso dar um conselho a você, não faça isso com Carina. Não aja dessa forma com a pessoa que mais ama você. Ela está fazendo de tudo para ajudá-la e talvez não seja da melhor forma ou mesmo da forma que você quer, mas... ela está tentando. Carina não merece que você a faça chorar..", Andy apenas disse e puxou a porta para se retirar.

"Ela... ela estava chorando?", Maya disse baixo com um nó na garganta.

"Sim, ela estava", Andy disse e imediatamente fechou a porta atrás de si deixando a loira sozinha.

A bombeira deixou os ombros caírem. Estava com raiva naquela hora, mas não queria fazer Carina chorar. Ela estava muito mais sensível por causados hormônios e era quase momento de fazer o teste para saber se a inseminação havia funcionado, mas no meio de toda aquela confusão aquilo havia ficado em segundo plano na mente de Maya.

Maya saiu correndo o mais rápido que pôde até o estacionamento para tentar alcançar Carina. Apenas não queria magoá-la mais. Elas precisavam conversar honestamente. Ela podia estar grávida e... A loira balançou a cabeça para espantar os pensamentos ruins. Aquela era uma fase ruim, mas passaria. Elas conversariam e resolveriam como sempre fizeram.

Maya parou quase no limite do estacionamento ofegante e ainda pode ver as luzes do carro de Carina ao longe. O Porsche rapidamente desapareceu na estrada. Não conseguira alcança-la a tempo.

Home│a series of Marina One shotsWhere stories live. Discover now