Cravings

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"Bambina? Maya? Maya?", Carina chamava a esposa insistente. "Maya? Acorde?"

"O que? Hmm...", Maya disse com uma voz grogue acabando de acordar. "O que... aconteceu alguma coisa? Você está bem?", a mulher virou-se para ver a esposa de frente.

"Eu preciso..."

"De que?", a mulher levantou um pouco o corpo na cama. "Você está com dor? De que você precisa?", a mulher sentou-se preocupada na cama passando a mão sobre os olhos.

"Não, estou bem. Eu só preciso... preciso... você sabe aqueles sorvetes com casquinha crocante de chocolate?", a médica falava gesticulando como se pegasse o sorvete nas mãos. Ele quase parecia real da forma que ela descrevia.

"Sim, eu sei, mas nós estamos sem eles", ela apoiou as mãos na cama ainda sem entender porque a esposa a acordava àquela hora.

" Sim, mas..."

"Não, Carina", Maya se jogou de costas na cama cobrindo o rosto com as mãos.

"Mas... o bebê quer...", ela falou com uma criança contrariada.

"Nós temos outros sorvetes na geladeira, meu amor. Um monte deles", a loira puxou as cobertas sobre si para coltar a dormir.

"Mas o bebê quer esse especificamente. Eu quase posso sentir a casquinha crocante quebrando na minha boca", a morena gesticulava com as mãos como se tivesse realmente um sorvete ali.

"Carina, são 4 da manhã e... está congelando lá fora", a outra argumentou.

"Sim, mas aquela conveniência aqui perto fica 24 horas aberta. Per favore. Hun? É um desejo. O primeiro deles", a morena não desistiria fácil.

"Você não poderia desejar algo que temos na geladeira? Ou mesmo algo quente?"

"Eu não escolhi. Eu só acordei com uma vontade imensa. Mas... se você não quer ir... está bem...eu vou sozinha", a expressão da mulher mudou e já se mexia para sair da cama.

"Não, não, não", a bombeira agarrou o braço da esposa para impedir que ela levantasse. "Okay. Eu vou. Vou comprar toda a loja", Maya sentou-se na cama com uma careta. Não deixaria a esposa chateada por isso e muito menos deixaria que ela saísse de casa aquela hora.

"Eu posso ir com você", a morena sugeriu enquanto Maya ainda se mantinha sentada na cama colocando o relógio no pulso.

"Não, não. Está frio lá fora. Fique quentinha aqui e eu já volto", ela se levantou ainda de costas.

"Você não está chateada comigo está?", Carina disse com uma voz suave com as mãos pousadas sobre as pernas.

"Eu não estou", Maya andou um pouco até chegar ao lado da cama onde a esposa estava, levou as mãos ao rosto dela e lhe beijou. "Volto já com o seu sorvete", ela depositou mais dois beijos enquanto passava a mão pela barriga da mulher.

"Você vai de pijama?", a morena gritou quando a outra já estava do outro lado do quarto. "Ao menos pegue um casaco", a mulher gritou.

"Aye, Capitã", a mulher disse levando a mão à testa já cruzando a porta.

****

Alguns minutos depois Maya eu volto com uma sacola de papel recheada de sorvetes.

"Babe, eu trouxe de todos os sabores que eles...", ela parou na soleira da porta observando o quarto silencioso. "Você é inacreditável, Carina DeLuca-Bishop. Inacreditável...", ela disse em voz alta rindo. "E mesmo assim eu amo você...", a loira já dava meia volta para guardar os sorvetes na geladeira.

Ela volta para a cama e deitou-se ao lado da mulher passando o braço sobre ela e encaixando o nariz por entre os seus cabelos. O cheiro suave deles invadiu as narinas da mulher quando ela inspirou fundo. A mulher apenas se mexeu um pouco, mas não acordou e em pouco tempo Maya também dormia.

****

AN: Historinha curta para matar a saudade. A greve dos roteiristas e dos atores chegou ao fim e espero que em breve possamos receber notícias de alguma coisa de produção. Ansiosa pra ver as mamães de volta.
Enfim, até logo, leitores.

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