Capítulo 1

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Dick Grayson estava sentado no sofá da espaçosa sala de estar da Mansão Wayne, passando preguiçosamente pelos canais da TV, sentindo-se entediado.

"Ei, Bruce", disse Dick, sentindo a presença do homem enquanto silenciosamente entrava na sala e se jogava no sofá ao lado de Dick. "Longo dia?"

"Ei, camarada. Sim, você poderia dizer isso", Bruce suspirou cansado, esfregando a mão no rosto. "Reunião da liga. Adultos crescidos que deveriam ser maduros brigando como crianças por três horas e meia inteiras." Ele suspirou novamente. "Alguns dias eu me pergunto o que eu estava pensando quando me juntei a eles."

Dick riu. "Não seja assim, B. Você sabe que precisa se socializar mais."

Bruce cantarolou em resposta. "Por que eu preciso socializar quando você tem literalmente todo mundo como seu amigo? Se precisarmos de alguma ajuda, você sempre pode chamá-los. Além disso, socializar é uma dor", ele respondeu. Dick apenas riu e voltou sua atenção para a TV.

Pai e filho assistiram à TV em silêncio por um tempo, antes de Dick finalmente se jogar no sofá, suspirando de tédio. "Não há nada interessante aqui? Isso é tão chato. Estou tão entediado. Espero que o Coringa ataque Arkham ou qualquer outra coisa para que eu possa finalmente fazer alguma coisa." Bruce olhou para Dick.

Assim que Bruce abriu a boca para repreende-lo, no entanto, a tela da televisão de repente ficou estática. Depois de alguns segundos das cores dançando na tela, a TV finalmente voltou à vida para revelar uma imagem preocupante: o Coringa, com um sorriso impossivelmente enorme.

Tanto Dick quanto Bruce imediatamente se endireitaram, observando a tela com atenção extasiada, corpos tensos.

"HAHAHAHAHAHA! Olá, povo de Gotham. Sou eu, seu palhaço favorito! HAHAHAHA!" O Coringa gargalhou, seus lábios vermelho-sangue se estendendo ainda mais, se isso fosse possível. Ele se inclinou para frente, seu rosto preenchendo a tela inteira, antes de rir loucamente, seus ombros tremendo com a força de sua risada.

"Agora, quem está pronto para o show? Vamos nos divertir!" o Coringa riu. "Prepare sua pipoca porque hoje à noite você vai ter um deleite!"

Dick e Bruce trocaram olhares ligeiramente preocupados com isso.

O Coringa se levantou e fez uma reverência teatral, o sorriso pisicopata nunca deixando seu rosto. "Senhoras e senhores, meninos e meninas! Vilões e vilãs de Gotham City", ele riu. "Eu, o Coringa, tenho um pequeno anúncio a fazer! HIHIHIHI!"

O Coringa então suspirou e adotou um olhar zombeteiro, colocando a mão no peito. "Eu tenho estado muito sozinha. Meus passarinhos têm ignorado o tio Coringa! Desrespeitoso, eu sei! Crianças hoje em dia." Ele soltou outro suspiro simulado, dando um ar de decepção. "Ora, ora, meus passarinhos, vocês esqueceram tudo que eu ensinei a vocês sobre respeito? Tio Coringa ficará mais do que feliz em dar a seus passarinhos travessos um pequeno... lembrete." Ele começou a rir novamente, cuspe voando de seus lábios.

Dick fez uma careta para a tela, a raiva irradiando dele em ondas. Ele nunca esqueceria a tortura agonizante que o Coringa havia submetido a ele e seus irmãos ao longo dos anos. Ele ainda tinha pesadelos ocasionais: o som da risada maníaca e arrepiante do Coringa ressoando pela sala misturado com o cheiro metálico avassalador de seu próprio sangue enchendo seu nariz e a sensação de desesperança e dor.

Dor interminável, insuportável, agonizante.

Ele se lembrou da horrível sensação de queimação correndo por suas veias como fogo incandescente, o tormento sem fim que rasgou sua vontade impiedosamente, a sensação de facas sendo esfaqueadas em cada centímetro de seu corpo em seus movimentos mais leves. Ele podia se lembrar de lutar para respirar com o pulmão colapsado e sua visão manchada de vermelho dançando com manchas pretas depois de levar um golpe a mais. Ele se lembrou do gosto de seu próprio sangue em sua boca e da risada zombeteira do Coringa soando em seus ouvidos. Ele podia ver o sorriso vermelho-sangue do Coringa sempre que fechava os olhos e a visão de um pé-de-cabra manchado de sangue descendo com força em seu corpo machucado. Ele podia se lembrar de lutar, a luta inútil para não ceder à dor e seus próprios gritos de agonia enchendo o silêncio penetrante de um armazém vazio.

De pássaros, meninos ricos e adolescentes superpoderososWhere stories live. Discover now