Capítulo 7

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Escuro.

Tudo estava escuro.

Ele não conseguia ver nada.

Tudo estava escuro. Ele estava em um espaço apertado e fechado, e ele mal conseguia se mover.

Uma onda de pânico tomou conta dele, mas ele se forçou a manter a calma.

"Olá?" Ele ouviu por um tempo. Nenhuma coisa. "Bruce? Alguém?"

Ele estendeu a mão para tentar encontrar uma saída da escuridão, apenas para ser encontrado pela textura suave da madeira sob seus dedos.

Uma caixa de madeira. Ele estava em uma caixa de madeira.

Não.

Ele estava em um caixão.

Ele estava no chão. Enterrado, seis pés abaixo.

Ele estava morto.

Mas isso não pode ser. Ele estava vivo.

Mas ele estava morto. Ele se lembrava — do que ele se lembrava? Ele lembrou-

O Coringa.

Imagens de um sorriso torto vermelho-sangue esticado demais de repente passaram na frente de seus olhos. Risos cacarejantes e sons de metal batendo na carne – e o estalo de ossos quebrados. Gritos - seus gritos - soando muito alto em seus ouvidos e lentamente rasgando o que restava de sua sanidade.

"Aww, olhe para o meu passarinho."

Pânico e medo de repente o atingiram com força total e ele começou a bater com os punhos na tampa do caixão. Ele tinha que sair agora!

"Todo ensanguentado. Assim como um lindo tordo vermelho. Apropriado, não é?"

"ME DEIXE SAIR! AJUDE! ALGUÉM, POR FAVOR! POR FAVOR, ME DEIXE SAIR!"

"Passinho travesso. Você sabe que o Tio Coringa não gosta de crianças desobedientes."

Um grito cru, animal, cheio de puro terror rasgou de sua garganta. Ele nem percebeu que não estava mais formando palavras, apenas gritando em absoluto terror.

"Talvez eu te ensine uma lição."

"Por favor, nãonãonãonãoNÃONÃOO, ME DEIXE SAIR! POR FAVOR!"

"Afinal, nosso bom amigo Sr. Pé-de-cabra já sente sua falta! Tenho certeza que vocês dois gostariam de algum tempo para se reencontrar!"

O sangue estava começando a escorrer por seus braços. Suas unhas estavam todas rasgadas e ensanguentadas por seus desesperados arranhões e garras. A tampa de madeira tinha marcas de garras sangrentas, embora ele não pudesse ver nada na escuridão.

Thump. Thump. Thump.

A dor. Isso dói. Isso dói. Isso machuca muito. Ele não aguentava mais. Ele queria se encolher e morrer, em vez de ser submetido a essa tortura agonizante.

THUMP. THUMP. THUMP.

Será que nunca vai parar? Lágrimas rolaram por suas bochechas, suas mãos nunca parando de suas garras e batidas frenéticas. Gritos torturados estavam sendo arrancados de sua garganta, ele não conseguia detê-los.

De pássaros, meninos ricos e adolescentes superpoderososWhere stories live. Discover now