Capítulo 34

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Todos estavam presos em celas de um local que eles nem sabiam que existia, era estranho e até limpo, porém desconfortável. O ambiente parecia quase um manicômio, era tão branco que enlouquecia. Estavam lá faziam algumas horas e sem nenhum tipo de comunicação ou aviso. Estavam perdidos.

Jennie estava sentada no chão, apenas olhando para seus pés. Lisa estava andando de um lado para o outro, nervosa e irritada. Quando um rapaz passou, algum tipo de carcereiro ou vigia, Lisa se encostou furiosa na grade e o encarou.

— Ei! Você, seu filho da puta!— Lisa o chamou de um jeito rude. Jennie imediatamente arregalou os olhos e se levantou.

— Ei, Lisa, pare com isso.— Jennie mandou repreensiva, mas Lisa nem prestou atenção. Parecia cega de raiva.

— Do que você me chamou? Não acho que ouvi direito.— O homem se virou irritado ao ouvir a forma como Lisa se referiu a ele e se aproximou.

— Ah! Você fala! Então dá pra falar por que caralhos vocês nos trouxeram pra cá? Se queriam roubar nossas coisas, não precisavam ter nos trazido ou nos deixado vivos.— Lisa disse irritada e o puxou pela gola do uniforme.— Vocês são sádicos, não são? Cadê nossos amigos? Cadê minha mãe?

O carcereiro segurou a barra de ferro que estava na mão e deu um golpe na barriga de Lisa, acertando com força, mesmo sem saber, o lugar onde Lisa havia sido baleada anteriormente. A Manoban se contorceu com isso e apenas caiu sentada para trás, sem soltar gemido de dor algum, apenas colocou sua mão sobre a ferida e ficou o encarando com uma expressão de ódio. Jennie imediatamente foi acudi-la.

— Cala a boca, detenta! Eu podia te matar por causa disso, mas infelizmente recebi ordens para não o fazer. Hoje você escapou.— Ele disse friamente encarando Lisa.

O homem saiu poucos segundos depois, deixando as duas sozinhas novamente. Jennie colocou a mão sobre o machucado de Lisa, ficou a encarando irritada e puxou a orelha da Manoban.

— Ai!— Lisa reclamou.

— Você ficou maluca? Fomos sequestrados, a última coisa que você faz é brigar com seu sequestrador!— Jennie a repreendeu.— Você tá ferida, sua ferida ainda não tá totalmente cicatrizada, não pode arriscar assim.

— Eu sei!— Lisa disse com um tom irritado mais alto e colocou as mãos na cabeça.— Eu sei, tá? Mas é frustrante! Parece que quando a gente finalmente consegue se estabilizar, sempre vem alguma coisa ou alguém e atrapalha! Eu não aguento mais! Eu tô com fome, eu tô com frio, eu tô doente, eu tô fraca, eu tô enlouquecendo! Eu vou morrer!

— Ei, olha pra mim!— Jennie segurou a cabeça de Lisa e a forçou a olhar para si.— Se acalma, você não vai a lugar nenhum surtado.

— Nós fomos literalmente sequestradas em um apocalipse zumbi! Como eu não vou surtar? A pergunta deveria ser por que você tá tão calma!— Lisa disse com um olhar desesperado e hiperventilando. Seu peito subia e descia, mesmo sem ter feito esforço algum. Suas mãos estavam trêmulas e geladas, o que não era nem um pouco habitual.— Nós estamos sozinhas! Praticamente mortas!

— Lisa, chega!— Jennie disse dando uma leve sacudida em Lisa pelos ombros.— Nós não estamos sozinhas, estamos juntas!

Lisa ficou encarando Jennie com uma expressão chorosa, a Kim a deu um selinho e a abraçou.

— Respira, amor. Eu tô com você.— Jennie disse afagando as costas de Lisa, que foi se acalmando aos poucos com o carinho da namorada.— Melhor, bebê?

— Uhum...— Lisa assentiu permanecendo calada. O ombro de Jennie era tão aconchegante que era quase instantâneo Lisa ficar tranquilizada.— Eu quero nosso cachorro... será que ele tá bem?

— O Kuma é bem espertinho, deve ter fugido, e eu não acho que eles iriam atrás de um cachorro. Só não sei sobre o Kai...

— Não os matariam, seria maldade até pra eles... né?

— Não sei, amor.

Lisa suspirou fundo e ficou encarando o chão enquanto descansava no ombro de Jennie.

— Queria que só viessem nos resgatar logo...— Lisa murmurou.— Eles nos abandonaram.

— Provavelmente. Se é que tem mais alguém vivo.

— O que eles querem com a gente?— Lisa perguntou cautelosa.

— Eu não sei, Liz...

— Eu tô com medo, Jen.— Lisa sussurrou abraçando Jennie mais forte.

— Eu também tô.— Jennie suspirou e afagou os cabelos compridos de Lisa.

Lisa se levantou, suspirou e observou o lugar onde estava. Tudo pintado de um branco sem graça, quase enlouquecedor, e aparentemente sem nenhum tipo de desleixo para uma saída. Parecia que não adiantava procurar.

A Manoban se assustou ao escutar passos se aproximando novamente, Jennie se levantou ao ver a maneira brusca que Lisa se mexeu. Logo um homem parou à frente da cela com uma arma grande nas mãos, ele as analisou por alguns longos segundos.

Sem falar nada, ele pega uma chave e abre a cela onde elas estavam. Lisa colocou seu braço na frente de Jennie na defensiva. Não entendia o que estava acontecendo.

— Me sigam.— O homem mandou com uma voz grave.

— Pra onde você vai nos levar?— Lisa perguntou desconfiada, era impossível ficar quieta. Jennie ficou com medo, não se questiona quem tem uma arma na mão, principalmente quando você não tem uma também.

— Não interessa, garota. Só passa logo.— O rapaz ordenou. Lisa ficou parada por alguns segundos o encarando, hesitando para o fazer.

Quando iria contestar novamente, Jennie se precipitou para falar antes de Lisa.

— Anda logo, Lisa. A gente descobre quando chegar lá.— Jennie disse inquieta, não queria que Lisa acabasse levando um tiro por não obedecer.

Lisa viu o olhar desesperado de Jennie, apertando os punhos irritada e se calando. As duas saíram da cela e começaram a ser levadas para outro local. Enquanto passavam pelo lugar, percebiam que estavam isoladas lá, no que era provavelmente um laboratório.

“Estavam nos supervisionando” Jennie concluiu rapidamente apenas ao olhar em volta. Lisa estava na defensiva, em alerta para qualquer coisa ao redor.

Ao chegarem na porta de um quarto, viram duas camas com cintos. Jennie deduziu na mesma hora que iriam prendê-las. Lisa desconfiou e encarou tudo isso, percebendo logo após.

— Eu não vou entrar aí.— Lisa murmurou parada.

— Eu não quero saber, garota.— O homem apenas empurrou as duas para dentro e fechou a porta.

Elas ficaram encarando o redor, tinha uma parede inteiramente de vidro, o que as deixavam desconfortáveis. Jennie suspirou e sentou na cama. Lisa começou a andar de um lado para o outro irritada e amedrontada.

Ao escutar um barulho estranho, Lisa ficou olhando ao redor e começou a ver um gás invadindo o quarto.

— Jennie, olha! Gás!— Lisa alertou.

Jennie rapidamente se levantou e foi para perto de Lisa onde o gás não havia chegado ainda. Ao começarem a se desesperar, começaram a bater no vidro enquanto chamavam por ajuda, mesmo sabendo que ninguém as ajudaria. Conseguiram apenas ter a imagem embaçada de um homem de cabelos castanhos após se debaterem por alguns minutos.

— Até logo.— Foi o que conseguiram ler dos lábios do homem do outro lado do vidro, a última coisa que viram antes de desmaiarem.

Zombie • Jenlisa [REMAKE]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora