Capitulo 15

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Eu fechei e abri os olhos várias vezes, o corredor não era mentira, o Castelo não era mentira, tudo aquilo era real, até mesmo o príncipe no qual eu estava com o braço enlaçado. Meu Deus! Meu Deus! Eu não sou louca, não sou louca. Sempre que eu pensava muito sobre tudo a minha volta eu não deixava passar a hipótese de que eu estava louca. Mas foda-se, tinha um príncipe muito gato de baixo do mesmo teto que eu, embora seja um baita teto, eu ia aproveitar ao máximo minha vida de princesa.

Ayslan disse que voltaríamos a nos ver ainda, eu esperava ir embora antes disso, não deixei de agradecer por tudo que fizera por mim e mandei um abraço para Mary, finalmente eu dormiria em um quarto em terra firme e teria um pouco de paz, aproveitaria o máximo que pudesse antes de encontrar com Flynn novamente, se eu conseguisse ver ele novamente.

— Sinto muito pelo seu acidente — Hassan me tirou de meus pensamentos me fazendo olhar pra ele.

Franzi a testa sem entender e antes mesmo de pensar perguntei:

— Que acidente? — no mesmo instante me lembrei da mentira de Ayslan, filho da mãe — Ah, claro, meu acidente, relaxa, já foi.

Eu não conseguia tirar os olhos das paredes e móveis por onde passávamos.

— Ah... Sim... Bom, de onde veio senhorita Hannah?

Aí droga. Essa pergunta de novo.

— Não acreditaria se eu dissesse — dei um leve sorriso tentando não entrar nessa história.

Quem acreditaria que eu vim do futuro? Pensariam que eu sou louca, e eu definitivamente não sou louca.

— Porque não? Olha que eu já vi e ouvi de tudo nesse lugar — ele tinha um ar divertido e descontraído me fazendo relaxar.

Dei um leve sorriso antes de levantar os olhos para ele, ele emanava uma energia gostosa e leve... Era o tipo de coisa que a Gabi falaria.

— Eu tenho certeza que se eu te contar, vai pensar que eu sou doida — arqueei as sobrancelhas e cortei o contato visual, mesmo sentindo os olhos dele sobre mim.

Ouvi ele suspirar, o olhei de relance e pude perceber que parecia pensativo, não pude deixar de observar seu perfil, o nariz comprido e reto os olhos grandes e seu rosto comprido, tinha todos os traços árabes e isso fazia dele um dos homens mais fofos que já vi.

— Bom, todos nós temos um pouco de loucura, que graça teria a vida se cada um fosse inteiramente lúcido? — as palavras dele me chamou a atenção — o que é a loucura se não a coragem de fazer aquilo que ninguém tentou ainda?

Ele tinha total razão, não parecia um homem de 1746. Um príncipe ou um filósofo? Só sabia que adoraria ficar perto dele e conversar, talvez ele pudesse se tornar um ótimo amigo. Percebi que ele me olhava esperando que eu dissesse alguma coisa, ou melhor que eu contasse de onde vim. Droga!

— Certo, você tem razão, mas a gente pode conversar mais tarde sobre isso — foi o que veio na minha cabeça, muito esperta Hannah — a propósito eu consigo andar sozinha.

Me soltei do braço dele tentando colocar um clima pesado no ar e fazer ele parar de fazer perguntas, mas me arrependi na hora. Não pensei no que poderia acontecer quando parasse de me escorar nele.

— Não precisa, nós já... — eu vi tudo girar e sem querer me virei para a parede onde enfiei a cara com tudo, não acredito que fiz isso — ... Chegamos. Você está bem?

Senti uma dor no nariz e na testa, minhas bochechas esquentaram de imediato, eu queria enfiar a cabeça em um buraco isso sim, levei as mãos ao rosto na tentativa inútil de fazer a dor e a vergonha passarem. Ouvi uma risada leve o que me deixou com mais vergonha ainda.

MaelstronWhere stories live. Discover now