Sendo você por um dia

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Casa dos Robbins:

Manhã de segunda feira:

Timothy pov's:

___ Quero você aqui diacho — grito já estressado diante do espelho brigando com a peruca como se ela fosse uma pessoa enquanto tento pela oitava vez fixá-la em minha cabeça de forma que não fique torta e nem caia e minha mãe me olha balançando a cabeça como se tivesse entendendo tudo. Ôh coisa difícil de por minha mãe, digo a fitando pelo espelho.

___ DROGA! DROGA! DROGA! Grito jogando a peruca no chão, pulando e pisando em cima da mesma.

___ Minha mãe gargalha chorando de tanto rir.

___ Coisa bonita né se divertindo com a desgraça do filho dona Bárbara? Falo com os braços cruzados negando com a cabeça a olhando pelo espelho, segurando o riso e fingindo estar ofendido. Ela rir mais ainda e eu me derreto com sua risada gostosa. Como é bom te ver feliz assim mãe, como seu sorriso nos faz falta, falo num tom alto para ela me ouvir.

        Pego a peruca do chão e me aproximo do seu corpo me ajoelhando a sua frente pousando minhas mãos com a peruca sobre as suas em seu colo:

___ É pode rir, desisto, isso não tinha como da certo mesmo, mas sabe... se eu tivesse conseguido, sua filha teria que me recompensar dobrado, tá certo que essa ideia toda maluca foi minha, mas não imaginei que fosse tão difícil, digo e ela pega a peruca do seu colo colocando-a em minha cabeça prendendo-a com dois grampos que estavam antes em sua cabeça.

     Depois de alguns segundos mexendo na peruca em cima da minha cabeça, ela retira as mãos apontando para o espelho, ela ainda não consegue falar. Eu arqueio a sobrancelha confuso, mas logo me levanto e me olho novamente no espelho. Sorrio largo ao constatar que minha mãe mesmo com toda sua dificuldade para movimentar seus braços e pernas, ela conseguiu fixar com perfeição a peruca na minha cabeça.

___ Obrigada! A senhora é demais, digo beijando sua testa em agradecimento.

      Logo volto para frente do espelho, depilo meu cavanhaque e meu buço, faço as sobrancelhas — como dói isso, penso alto fazendo careta de dor toda vez que a pinça puxa um pêlo e dona Bárbara rir novamente —aff como mulher sofre, Deus obrigado por ter me feito homem, levanto as mãos pra cima em agradecimento.

___ Maninha depois dessa tortura, você tá me devendo um caminhão inteiro de batatinha ruffles, falo baixinho pra mim mesmo enquanto continuo me disfarçando.

     Passo baton vermelho tirando o excesso com um lenço de papel para deixar mais claro, visto uma legging nude por baixo de uma micro saia justa jens combinando com o cropped também nude, calço o tênis all star vermelho,  coloco o óculos escuros e o casaquinho vermelho feminino que comprei para esta ocasião especial.

___ Eita que eu fiquei lindona ui ui ui! Me elogio rindo diante do espelho.

___ Sua Timothya Robbins ou melhor sua nova Arizona Robbins num está um pedaço de mal caminho mãe? Do jeito que estou gata pego qualquer bofe escândalo né não? Debocho dando uma voltinha na sua frente balançando os ombros em uma dancinha engraçada me achando e ela nega com a cabeça sorrindo.

___ Agora preciso ir, me deseje sorte, pois hj serei  novamente estudante do colegial, falo beijando sua testa e ela sem falar nada me surpreende fazendo o sinal da cruz em minha face, em seguida saio de seu quarto.

     Passo pela sala e ouço um: bom retorno e bom estudo filha, não o olho e nem o respondo para não ser reconhecido, apenas aceno com a mão e com a cabeça.

     Quando passo pela porta central, puxo os fios loiros pra frente das minhas bochechas tentando esconder ao máximo minha feição masculina e apresso os passos percebendo que os capangas de Christopher me seguem com os olhos.

O Destino Nos Uniu (Em Hiatus) Onde histórias criam vida. Descubra agora