CAPÍTULO XV

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"Tenho medo de tudo que eu sou
Minha mente parece uma terra estrangeira
O silêncio ressoa dentro da minha cabeça
Por favor, me leve, me leve, me leve para casa"

— Arcade – Duncan Laurence


Passei o resto do dia remoendo as lembranças daquele dia, sentia um aperto no peito como se fosse um aviso de que alguma coisa não estava bem

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Passei o resto do dia remoendo as lembranças daquele dia, sentia um aperto no peito como se fosse um aviso de que alguma coisa não estava bem.

Algo de ruim iria acontecer.

Fiquei inquieto, nada distraia a minha cabeça. Tentei me exercitar na academia do condomínio, mas não consegui fazer mais do que 20 minutos de exercício, piscina não adiantou, leitura, dormir, trabalhar... Absolutamente nada ocupava meus pensamentos. Estou sentado na frente da televisão, que não passa de um borrado para mim, algum filme passa na tela, mas não prende minha atenção. Meu olhar está fixo no teto, minha cabeça roda com todas as lembranças e só percebo que estou chorando quando sinto as lagrimas esquentarem meu rosto.

Odeio esse sentimento.

Meu peito pesa, como se tivesse alguém sentado sob ele e sei que é o primeiro sinal da ansiedade vindo à tona. As vezes queria nunca ter a reencontrado, ou saber que era adotado.

Scarlett sempre foi muito transparente comigo em relação a isso, nunca escondeu de onde vim, até porque meus pesadelos não me deixam esquecer disso. Mas, o que mais me doeu, não foi encontra-la e sim descobrir que não havia remorso ou arrependimento algum da parte dela em me abandonar. Fui com tanta esperança vê-la e odeio ter que admitir isso a mim, no fim ela estava mais preocupada em seu marido descobrir sobre mim, do que em se desculpar.

Ela é uma gradíssima filha da puta.

Minha cabeça latejava, me dando um ótimo pretexto para me dopar de remédio e foi exatamente o que fiz. Só queria dormir, sem sonhos, pesadelos ou memórias ruins.

Cai na cama, pegando no sono em questão de minutos e agradecendo por não sonhar com absolutamente nada, nem ninguém.

Fui despertado por algum barulho extremamente irritante, que depois de recobrar os sentidos, identifiquei que era minha campainha. Ergui a cabeça do travesseiro para ver que horas eram no despertador da mesa de cabeceira. O relógio marcava 06 horas da manhã.

Que porra!

Me arrastei da cama, me enrolando no roupão que havia jogado no chão, já que estava somente de cueca.

— Já vou! Caralho! — Gritei para quem quer que estivesse atacando minha campainha.

Nem me dei ao trabalho de olhar pelo olho magico.

— Que foi? — Disse abrindo a porta com tudo e dando de cara com Albert.

Ele veio para Chicago algumas horas depois de mim.

Cicatrizes e Demônios  |  Livro 2 [SEM REVISÃO]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora