CAPÍTULO XXII

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"Agora que eu tentei conversar com você e te fazer entender
Tudo que você tem a fazer é fechar os olhos
E só estender suas mãos e me tocar
Me abrace, nunca me deixe ir"

— More than word - Extreme


— Não acredito que ele foi capaz de passar por cima da minha autoridade dessa forma! — Estou apertando com tanta força o volante do carro que sinto meus dedos latejarem

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— Não acredito que ele foi capaz de passar por cima da minha autoridade dessa forma! — Estou apertando com tanta força o volante do carro que sinto meus dedos latejarem.

Diminuo a velocidade conforme paro na frente da garagem do nosso apartamento. Espero impacientemente o portão automático se abrir, sinto a cabeça latejar devido a forte enxaqueca que todo o estresse me ocasionou. Meu celular está tocando incessantemente desde a hora que deixei o escritório e nem preciso olhar no visor para saber que é ele.

Mas mesmo assim pego o aparelho entre os dedos, fico encarando a foto que ele colocou no contato; foi tirada na nossa viagem pela Europa, estávamos de costa para a torre Eiffel, ambos sorrindo. Caleb me abraçava e eu tinha o rosto aninhado em seu peito e a mão nele, exibindo o diamante no dedo anelar, o mesmo anel que estava rodeando naquele momento. Um novo habito que tinha quando estava distraída ou nervosa.

O portão finalmente abriu.

— Foda-se ele! — Silenciei a chamada, jogando o celular no banco e entrando na garagem.

Quinze minutos depois já estava em nosso apartamento. Chutei os saltos para fora dos pés cansados e segui em direção ao nosso quarto.

— Preciso de um banho. — Me despi e vesti o roupão de algodão, seguindo para a suíte acoplada ao nosso closet.

Assim que adentrei o enorme cômodo revestido em porcelana, o perfume dele inebriou meus sentidos. Odiava quando discutíamos dessa forma, ou não discutíamos, que foi o caso. Mas sabia que ele naquele momento estaria dirigindo até nosso apartamento.

Caleb nunca deixava uma discussão para trás, ele tinha a necessidade de sempre colocar um ponto final na situação. Ao mesmo tempo era o que eu mais amava e odiava nele. Ambos éramos cabeça dura e nunca dávamos o braço a torcer quando o assunto era a questão profissional.

Caminhei até a banheira e girei os registros, deixando a água numa temperatura agradável para mim. Me agachei em frente ao armário de mármore da pia e procurei meus sais de banho, jogando um pouco na banheira, o leve cheiro de lavanda me fez suspirar, já sentindo o ombro relaxar um pouco. Deixei o roupão deslizar pelo corpo, caindo no chão e entrei devagar na banheira.

— Que delícia. — Soltei um longo suspiro, quase como um gemido de prazer.

— Vim aqui pronto para a discussão, mas fui desarmado ao ouvir o seu gemido... — Sua voz rouca me fez sobressaltar na banheira, fazendo a água transbordar para fora.

Cicatrizes e Demônios  |  Livro 2 [SEM REVISÃO]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora