CAPÍTULO XLIII

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— Calma, senhorita Eduarda, sou eu. — Albert sussurrou contra o meu ouvido.

E tive a certeza que naquele momento minha alma saiu do corpo, de tanto medo que eu estava sentindo.

Meu corpo era pura gelatina. Desconfiava que nem conseguia andar direito.

Albert tirou a mão da minha boca e com muita dificuldade, eu sussurrei.

— Tem dois homens, para... — Respirei fundo, tentando me lembrar de como se falava. — Parados ao lado do meu carro.

Me esforcei para terminar de formar aquela frase.

Albert esticou o pescoço para frente e avaliou o local. Suas feições eram inexpressíveis, ele era um muro e não dava para ter a mínima ideia do que se passava em sua mente.

— São os mesmos caras que perseguiram o senhor Caleb, hoje. — ele falou, como se fosse algo rotineiro.

Parecia que estava dando bom dia, ao soltar aquela informação.

— Como as-assim? — gaguejei de volta para ele. — Cadê o Caleb?

Pensei ter visto uma breve expressão de tristeza em seu rosto, mas com a mesma rapidez que ela veio, foi embora.

De repente, senti todo o meu corpo gelar. Me lembrei de sua pergunta ao telefone.

Ele queria que eu suturasse alguém.

— Ah, não... — gemi, cobrindo a boca e sentindo minhas pernas fraquejarem ainda mais. — O Caleb está machucado? — sussurrei, minha voz era um fio de medo e desespero.

— Vamos sair daqui, senhorita. — ele prontamente falou, ignorando novamente minha pergunta.

Ele segurou minha cintura com uma mão e meu ombro com a outra, como se me amparasse. Sentia que era ele que estava me carregando, pois estava sem forças para mover as pernas. Fui no automático, sendo quase arrastada pelo Albert.

Minha mente era uma confusão de pensamentos. Sentia meu corpo inteiro gelado, por mais fresco que estivesse o tempo, minha pele estava arrepiada.

Mas era por medo. Tinha medo do que encontraria no carro. Medo de que o Caleb estivesse gravemente ferido, ao ponto que nenhuma sutura resolveria.

Senti as lagrimas escorrerem pelo meu rosto, transbordando e correndo por minha pele. Tampei a boca com as mãos, para abafar meus gemidos.

— Ele está vivo, senhorita Eduarda. — Albert finalmente falou.

Ergui os olhos para ele e encontrei compaixão em suas pupilas. Ele se compadecia com a minha dor e por mais calado que fosse, estava tão preocupado quanto eu, dava para ver em seus olhos.

Fomos até o fim do quarteirão e viramos a direita. As pessoas me olhavam estranhos e não entendia porque, só então quando cheguei próximo ao carro e olhei para os meus pés, que entendi.

Cicatrizes e Demônios  |  Livro 2 [SEM REVISÃO]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora