CAPÍTULO XXXIX

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Estava tudo passando câmera lenta, num enorme torpor

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Estava tudo passando câmera lenta, num enorme torpor. Os policias falavam com o Caleb, que respondia com os máximos detalhes todas as perguntas.

Entraram na nossa casa.

Arrombaram nossa porta.

Será que esperavam encontrar a gente aqui dentro?

E se tivéssemos em casa, o que eles fariam?

Meu corpo inteiro tremia, mesmo estando enrolado no cobertor que ele me deu. Não tremia de frio.

Era medo.

Puro e cristalino.

As lagrimas queimavam minha pele, fazendo seu caminho até meus lábios, o gosto salgado tocava minha língua e decidi focar nessa sensação.

Não podia me afogar novamente nesse medo.

Não conseguiria sair desse buraco, se me deixasse entrar nele.

— Mon Amour? — senti sua mão em meu rosto, me chamando de volta para ele. — Fala comigo. — sua voz era uma agonizante súplica, enrolada no medo. — Volta para mim, meu amor.

Foquei a visão no homem ajoelhado na minha frente, meus olhos piscavam rapidamente, tentando dissipar as lagrimas acumuladas ali. Lagrimas que forçavam a barreira para fora dos meus olhos.

— Vai ficar tudo bem. — ele sussurrava, mas para si do que para mim.

Ele queria acreditar fielmente nisso. Acreditar que ninguém nos faria mal, mas eu, não tinha tanta convicção na sua fé, como ele.

Sabia bem do que ela era capaz e que não descansaria até conseguir.

Só nos deixaria em paz se morresse.

Me agarrei na camiseta dele, meu corpo tremendo involuntariamente, tremores violentos e que não cessariam tão cedo.

Caleb me abraçou, me aninhando em seu colo, afundei meu rosto em seu peito e deixei a avalanche de lagrimas escorrerem pelo meu rosto, inundando sua camiseta. Seus braços me apertaram. Ele tentava a todo custo me fazer sentir segura.

E eu chorava. Chorava por saber que isso não teria fim.

Chorava por vê-lo se sentir impotente e sem saber o que fazer.

Chorava com medo de que alguém que eu me importava pudesse se machucar.

Chorava com medo que o único amor da minha vida, pudesse morrer.

Não sei por quanto tempo fiquei imersa nesses sentimentos, mas quando consegui me recuperar um pouco o apartamento estava no maior absoluto silencio.

A lua iluminava a sala, através das enormes janelas panorâmicas e eu continuava aninhada em seu colo. Como uma criança que havia acordado de um pesadelo terrível.

Cicatrizes e Demônios  |  Livro 2 [SEM REVISÃO]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora