Sentimentos

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Stella

— 1800, 1801, 1802

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— 1800, 1801, 1802... —Diz a irmã de Lany olhando para o céu.

— O que está fazendo? — Annie é o oposto de Lany, ao passo que o cabelo de Lany é castanho é moreno, o de Annie é loiro, tão claro que brilharia no escuro, Annie é calma, e Lany, nem tanto. São o verdadeiro Yin e Yang.

— Contando as estrelas, oras. — Ela fala como se fosse óbvio — 1803, 1804. 

— Onde está Lany? — Eu pergunto e a menina me olha.

— Onde mais estaria? — Ela pergunta — Está na casa de Jack, claro.

— E quem é Jack? — Acho que ela acha que eu sei a resposta para todas as perguntas. 

— Como assim? — Ela pergunta — Ele é o...

— ANNIE! JÁ PARA DENTRO. — Vejo a mãe de Lany na varanda. E ela logo aparece na porta de casa. 

— Se quiser saber, pergunte a Lany, ela responderá se tiver coragem. — Annie diz, e logo entra em casa saltitando. 

— Sabe que não pode ficar fora de casa depois das duas da manhã. — Escuto a mãe e Lany dizer — E, pelo brilho de Azure, não me diga que disse sobre Jack a Stella.

— Mas mamãe, eu posso vê-lo.

— Ótimo, o mantenha em segredo. — A mãe de Lany diz e entra segurando Annie no colo.

— Me desculpe por ela. — Me viro por impulso. Um menino com os cabelos parecidos com o de Lany diz, para falar a verdade, eles são idênticos, tirando o fato de os olhos do menino serem Azuis ao passo que os de Lany são verdes. Me pergunto como não o ouvi chegar. — Por Annie e por Lany. Nenhuma das duas tem juízo. 

— E você, quem é? — Pergunto o olhando nos olhos. 

— Sou Jacob. — Ele diz — Primo delas.

— Stella. — Me apresento e sinto seu olhar cair sob mim, não decifro seu olhar, o que faz temer.

— Sei bem quem é você — Ele começa —, e pelo que aprendi na escola, deveria sentir medo de você. Mas, olhando agora, não tem nada de aterrorizante. Na verdade, nem você se conhece.

— Essa conversa está me deixando confusa.

— Ótimo. — Ele diz e desaparece.

 Me pergunto se isso tudo é um sonho, mas acho que essa é a única pergunta a qual eu tenho uma resposta. Olhando pelo lado bom, não vou precisar mais receber olhares de reprovação de meu pai, ou precisar ouvir minha prima falar sobre seu namorado — que talvez nem exista —, ou receber visitas inesperadas de meus tios e sempre ouvir: "Olha como você cresceu, eu te peguei no braço" e outras coisas.

 Quanto a minha mãe, espero que a sua morte me ajude a ficar mais forte. E a única pessoa que eu realmente quero morta, continua viva. E não está entendendo nada do que está acontecendo na sua vida. 

 Me sento na beira do rio, no mesmo rio em que conheci Luna. Fico em silêncio pensando até ela aparecer.

— As vezes é bom ficar em silêncio — ela diz irradiando o lugar de luz —, as vezes, palavras não conseguem explicar o que está acontecendo na sua mente, as vezes, palavras não conseguem explicar o que está acontecendo no seu coração.

— Ficar sozinha com seus sentimentos é o pior sentimento — eu começo —, talvez porque você não consegue fugir para lugar algum. E eles ficam lá, dançando na sua mente e, a única coisa que você pode fazer é aguentar. 

— Pobre Stella — ela diz me olhando com pena —, sinto muito pela sua mãe, mas sabe, você nunca esteve sozinha. — Ela diz e desaparece, como todos recentemente. 

Taxista fantasmaWhere stories live. Discover now