DESPEDIDAS

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Stella

  Acordo no meio da noite, como sempre chove em Londres, tento olhar as estrelas, mas nuvens as cobrem

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  Acordo no meio da noite, como sempre chove em Londres, tento olhar as estrelas, mas nuvens as cobrem. 

 Tio James chega hoje com a esposa e a filha, uau, não vejo a hora.

 Espero poder sair de fininho quando tio James começar a falar de trabalho. Qualquer lugar longe daqui parece um paraíso. 

 Hoje é 17 de janeiro, significa que ela chega a qualquer momento, quem? Ah, espere.

 Escuto a porta abrir, e me viro por extinto.

— Desculpe a demora — o cabelo castanho aparece dando contraste aos olhos verdes brilhantes —, mudou a fechadura? 

— Meu pai mudou, provavelmente. — Respondo me levantando da cama, e me sento na cadeira da escrivaninha.

— Céus, para que tenho a chave se não consigo entrar? — Ela pergunta.

— E como entrou dessa vez? — Pergunto com curiosidade.

— Hm, pela janela? — Ela responde parecendo nervosa. Pela janela? Fala sério, isso é impossível, moro na maior casa da vizinhança, ela só conseguiria subir pela janela se estivesse de avião.

— A minha casa é a maior da vizinhança. 

— Eu escalei? — Decido não discutir com ela, Lany é teimosa.

— Certo — Digo revirando os olhos —, sua mãe sabe que está aqui?

— Não, e não pretendo que descubra. — Ela diz começando a mexer em minhas coisas — Uma borboleta? — Lany pergunta olhando o quadro que havia pintado mais cedo — É um belo sentimento, um belo medo.

 Um belo medo?

— De todo jeito, vim apenas para me despedir. — Ela diz se virando para mim — Minha mãe quer se mudar para cidade natal. Não vou mentir que estou ansiosa para ir.

— E quando vai? — Pergunto boquiaberta, Lany é minha melhor amiga desde que tinha dez anos.

— Às oito horas de hoje. — Ela responde indiferente.

— Mas já é três da manhã. — Sinto um aperto no coração, não quero que vá.

— Sei disso, por isso tenho que ir — Ela fala indo em direção a porta —, você sabe, malas para arrumar.

— Spelman — A chamo pelo sobrenome — quando pretendia me contar? 

— Hoje — ela diz dando meia volta —, agora. Estou fazendo isso agora, não estou?

  Me levanto indo em sua direção.

— E quando volta?

— Próximas férias provavelmente. — Ela responde parecendo triste, não gosta de chorar, então isso explica porque ia sair com tanta pressa.

Taxista fantasmaOù les histoires vivent. Découvrez maintenant