25/05/89

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Lany

 Spiritfield tem o total de 35 florestas, 5 delas são proibidas, 29 florestas parcialmente normais e a última que sobra, é uma floresta fantasma, já fui a cada uma das 35 florestas, mas a que mais gosto é a floresta fantasma, vim aqui pela primeir...

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 Spiritfield tem o total de 35 florestas, 5 delas são proibidas, 29 florestas parcialmente normais e a última que sobra, é uma floresta fantasma, já fui a cada uma das 35 florestas, mas a que mais gosto é a floresta fantasma, vim aqui pela primeira vez aos meus dois anos de idade, com meu pai. Depois que Spiritfield foi tomado pela corte das sombras ele desapareceu, sem mais nem menos.

 Apenas eu e ele sabemos dessa floresta. Lembro-me quando dissera antes de partir: "se um dia sentir minha falta, venha para cá, e eu aparecerei". Eu o espero todas as noites, no mesmo horário, há dezesseis anos. Ele nunca apareceu, por outro lado fiz amizade com Jade, uma tigresa dukel, é uma raça que é extinta, quer dizer, não por completo.

 Jade é a única de sua espécie, é uma tigresa linda, sempre esteve comigo quando era mais nova. Ela não tem uma cor certa, está sempre mudando de acordo com seu humor. Às vezes roxo, amarelo, verde, vermelho. Mas a cor mais predominante é o azul turquesa, significa que está em seu estado mais amável.  

 A floresta fantasma — ou como chamo: floresta de cores —, não é assombrada ou nada do tipo. É uma floresta normal, entretanto seus animais são fantasmas. Você os vê, os ouve, sente sua presença, mas não os toca. Não os sente por completo, Jade é a única criatura que já toquei nessa floresta, o que me faz duvidar muito.

  Me lembro aos doze anos de idade de quando Stella chorou porque não podia levar um gatinho que achara na rua para casa, me pergunto como seria sua reação se visse Jade, me pergunto como seria sua reação se entrasse aqui, faço uma nota mental de trazê-la algum dia.

 O silêncio na floresta é quase uma regra, se houver barulho demais os animais se iram. Me sento ao pé de uma árvore junto com meus fones de ouvidos, venho escutado muitas músicas ultimamente. Vejo uma raposa de fogo a poucos metros de mim, os animais estão acostumados com minha presença. Nomeei grande maioria dos da qui. A raposa se chama Colin, e pelo visto está com novos amigos. Uma raposa com cauda flamejante flutua por cima de mim. 

— Olá, amiguinha — Vejo se é menino ou menina, não é difícil descobrir a diferença  por aqui —Colin, essa é sua nova amiga? — Pergunto ao mais velho e o mesmo assente, não fala comigo, mas me entende, habilidade que adquiri ao longo do anos. — Me chamo Lany, e você precisa de um nome não é? Que tal cometa? — Pergunto e ela rodopia em meus pés, como se concordasse. — Muito bem, cometa, espero que sejamos amigas. — Eu falo e ela sai flutuando.

Avisto uma luz turquesa de minha visão periférica... Jade. Ela caminha devagar, como sempre, com sua lanterna, coisa que é desnecessária. 

 Ela coloca a lanterna ao meu lado e se deita em cima de mim, sua pelagem é quente e por mais que seja difícil de ver, um sorriso preenche seu rosto.

— Como está a minha gatinha preferida? —  Eu pergunto e ela ronrona. — Parece que alguém acordou feliz hoje.

 Fico em silêncio e vejo uma neblina forte. A profecia... 

 É tarde demais.

 — Me desculpe Jade, mas precisarei sair mais cedo hoje. — Eu falo a tirando de meu colo. — Prometo que volto mais tarde — grito correndo em direção a saída.

 A folhagem da floresta é aspera e as folhas em meus pés fazem muito barulho, mas não estou preocupada com isso agora. A corte das sombras está próxima. Vou até o lago das luas e peço a Luna, imploro, para que mande Azure. 

"Faça o que deve ser feito" é tudo o que ouço antes de ver o que acho que é Azure cortando o céu.

 Seu brilho está menos brilhante, e ao longe vejo Helena correr em minha direção.

— Começou — ela diz com os olhos vermelhos. 

 Não é Azure, mas Kion, um leão alado. É lindo, subo em Kion em total silêncio, minha mente é um turbilhão. Mas espero que Stella esteja bem. 

 Mal sinto a viagem e quando menos espero, Azure está pousando no quintal de Stella. Entro como uma flecha em direção a casa de Stella, vejo meia dúzia de cadáveres no chão, todos com tiros na testa e a palavra marcada de sangue "morta". O cheiro me dá nauseas. Vejo o namorado de Stella estilhaçado no chão. 

— Stella! — Helena grita — Stella, onde está? — Ela pergunta.

— Vamos ver no quarto da mãe dela — eu digo como num sussurro. 

 Ando em direção ao quarto e Helena me segue. Eu a vejo abraçando os joelhos, entramos no quarto e ela nos olha, ainda abraçando os joelhos.

— Oh, meu Deus — diz Helena olhando em volta.

 Ando em direção a Stella.

— O que vocês estão fazendo aqui? — Ela pergunta, o cheiro me dá nauseas. 

 Eu olho em volta e vejo o cadaver de sua mãe em cima da cama. Na parede tem escrito com sangue: "Vida longa a rainha" oh, meu Deus, conheço essa caligrafia. Me sento ao lado de Stella e respondo a sua pergunta.

— Nessa situação você não pode fazer essa pergunta.

— Vocês viram isso? — Helena começa apontando para o cadáver em cima da cama — Ou estão com medo de ver?

— Helena, senta aí, claro que vimos, tem sangue para todo lado. — Respondo nervosa, estou um misto de sentimentos, nervosismo, pânico, raiva, medo.

— Como você está? — Helena pergunta se sentando ao lado de Stella.

— Eu não sei, quebrada? Talvez. — Ela responde e eu sinto pena, chorei muito na noite que meu pai foi embora, mas nunca me imaginaria sem um membro da família para sempre.

— Como está seu coração? — Eu pergunto.

— Acho que quebrou, junto com a minha alma.

— Eu sinto muito. — Falo triste.

— Quer dizer, é. Eu não precisava de um coração, quem liga se está quebrado?

— Venha não podemos deixá-la aqui. — Helena diz se levantando.

— Eu não posso deixá-los aqui, são minha família. — Stella diz soltando os joelhos.

— Você precisa, vou ligar para alguém limpar essa bagunça — Eu falo — Helena, a leve para sua casa, chego lá em 15 minutos. — Não costumo mentir, mas dessa vez é necessário. 

 Helena estica a mão para Stella.

— Você vem? — Pergunta com a voz doce.

— Olhe em volta, não tenho para onde ir no momento. — Stella diz e segue Helena para fora do quarto.

 Realmente chamo alguém para limpar a bagunça, mas depois não vou a casa de Helena. Vou a casa de um assassino. 

Taxista fantasmaWhere stories live. Discover now