Capítulo 01: Provocações e suas consequências

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Hoje era um dia, um dia de filosofar.

Bom, era o que eu deveria estar fazendo comigo mesmo? Eu não fazia idéia, mas, talvez deveria tentar. Essa era a atividade que a professora da matéria cujo estávamos estudando no momento, nos solicitou para ser executada.

Os primeiros dias de aulas são sempre assim, pura enrolação.

Era uma tarefa simples, mas, que se tornou algo completamente chato quando eu tentei filosofar internamente comigo mesmo. Eu gostava muito da matéria até.

Era divertida.

Bom, a parte que a professora falava sobre toda a trajetória de vida dela e como tudo fazia a mente do homem se auto questionar, a filosofar. Enquanto eu descaradamente brincava de jogo da velha comigo mesmo, era divertido.

Filosofando eu sempre estava. Pensar em como eu conseguia ser um dos alunos considerados mais inteligentes da sala era meu maior questionamento. A única coisa que eu fazia era o básico, talvez porque no ensino médio os adolescentes estavam muito cheios de expectativas, com certeza distintas de qualquer coisa que tinha haver com estudos.

Era tedioso ficar na sala olhando para a professora, não para ela, mas principalmente para os alunos que não se importavam nem um pouco com o que ela estava ditando.

Batucando a caneta sobre meu caderno eu olhava ela falando, tentando acenar positivamente toda vez que ela falava algo e olhava especialmente para mim.

De repente eu me fiz o seguinte questionamento; porquê aquele idiota do Katsuki me chamava de nerd? Olhando agora discretamente para ele, que estava na fila ao lado da parede do meu lado direito, eu pude ver que, com certeza ele era o mais interessado no que a professora falava.

Inclinado para frente, com a mão no queixo ele observava ele. Talvez mal soubesse que eu estava o julgando, ele que era um nerd idiota. Loiro, e até bonitinho.

Ah, qual é? Não é tão ruim assim achar seu inimigo mortal bonitinho. Bem, não era eu que achava ele bonito, eram as meninas que falavam isso dele. Eu só escutava, e como não me importava de fato com isso, eu somente ignorava ou concordava, sem dar muita atenção.

Mas, porquê durante esse tempo, ele conseguiu chamar tanta atenção assim? Olhando somente o lado de fora, ele era sim, aceitável, dava para enteder o motivo de sua popularidade. Mas, por dentro, digo internamente falando, a personalidade dele. Ah, ele era um completo otário, bruto, incompreensível e irritante.

Eu já estava ficando irritado, somente pensando nisso mentalmente. Olhando pelo lado bom, ao menos eu estava filosofando sobre algo.

Eu virei o rosto novamente, sem saber mais o que fazer para o tempo passar mais rápido, eu me espreguiçei um pouco sobre a cadeira, ajeitando automaticamente minha postura sobre minha cadeira.

E foi aí que eu comecei a filosofar o porquê de eu estar ali hoje, porquê eu estava estudando mesmo? Porquê eu tinha que ficar naquela sala? Porquê eu tinha que estudar e conviver algumas horas em um mesmo cômodo que aquele bola de agressividade humana e loira? Foi algo espontâneo de mim, fechar os olhos e prender a respiração somente de puro ódio.

Meditar talvez fosse uma boa escolha agora. Mas era tarde demais, já estava sentindo um olhar queimar em minha direção.

E foi dito e feito. No momento em que eu senti o impacto molhadinho, daquele negócio, que pegou exatamente no meu pescoço, e só pelo formato e tamanho eu já sabia do que se tratava, e principalmente, qual seria o idiota que faria isso, eu praguejei mentalmente.

Era uma bolinha de papel pequena, amassada e cheia de saliva. Eu estava definitivamente enfurecido, todo meu corpo endureceu. Se me movesse era capaz de entrar em uma combustão humana espontânea.

Nós, e os garotos ๑BakuDekuWhere stories live. Discover now