Capítulo 10: Romeu E, cadê a Julieta?

154 27 71
                                    

Valentine's Day.

14 de fevereiro, dia dos namorados.

Por que não, banir esse dia? Não é mesmo? Vamos diga, solte seu ódio junto a mim, não me deixe pipocar de desgosto sozinho. Ah, não ser que já tenha seu par romântico. Parabéns, eu não tenho.

Pois já não basta passar o dia dos namorados, sozinho.

Quer dizer, não tão só, pois tenho minha mãe, e ela também não tem um namorico, assim como a mim, na plena adolescência sem ao menos uma ficante.

Quem foi o otário que parou e pensou: já sei! E que tal um dia dos embusteados que pensam que são apaixonados? Sinceramente, é muita falta do que fazer.

Não acho que seja necessário. Oras, todo dia, os namorados tem dia. Na verdade, eu acho que algumas namoradas, até agradecem pelo dia dos namorados, pois existem uns parasitas que só servem para sugar, nem mesmo presenteam o amor que o suporta carente todos os dias.

Talvez seja estranho, logo eu, Izuku, falando desta forma de um dia tão especial e romântico. Ou que era pra ser, mas, eu fico super irritado, quando no dia dos namorados minha mãe parece mais para baixo que toda a vida dela.

Pois foi exatamente nesse dia, que meu pai a pediu em namoro. Sim, o relacionamento deles era bem clichê.

Rolou buquê, caixa de bombons de chocolate e até ursinho, que até hoje ela — carinhosamente, guardava.

Eles tinham se separado sim, mas o que eles viveram não foi apagado, então minha mãe contava como lembranças e tempos bons que ela tinha vivenciado.

Eu, como um bom filho, sempre comprava bombons pra ela, nessa data comemorativa, tinha virado quase como um natal ou sei lá, uma data em que trocavamos presentes.

Bem, fazíamos isso porque nenhum de nós tinha alguém, era tipo um consolo em conjunto. Eu comprava bombons e alguns cartões com palavras bonitas, e ela comprava pra mim.

Meu pai, mandava mensagem perguntando se eu tinha arrumado finalmente, uma namoradinha, cheio de piadinhas sobre o assunto. Ele, e uma tia minha, irmã do meu pai. Aquela, a típica do “E as namoradinhas?”, e desde os meus 12 anos, eu sempre respondi a mesma coisa; Quais são as do seu marido, tia?

Brincadeira! Na verdade eu não sabia o que responder, sempre fiquei com vergonha e apenas ria sem graça.

Isso é uma tremenda humilhação. Mas, nem me importo tanto, pois como não moro com meu pai, nessa data ele sempre mandava duas pizzas de sabores distintos, refri, bombons de chocolate e um cartão com frases bonitinhas, me incentivando a dá-los para alguma garota.

E quanto a minha tia? Ah, é aquele tipo de parente que eu via de vez em nunca. Só em épocas de comemoração com a família do meu pai, quando eu ia.

Bom, as guloseimas enviadas pelo meu pai, não eram 90% pra mim, eram só umas lembrancinhas para minha mãe, mas, bem, ela sempre dividia comigo, ou, quando ela não aguentava comer metade, eu mergulhava as lágrimas de solidão no fundo do peito, e devorava tudo enquanto assistia um filme romântico qualquer.

Junto da minha mamãe, claro.

Inclusive, ela amava “A prova de fogo”, mesmo a edição sendo um pouco ultrapassada e ela já tivesse assistido umas milhões de vezes.

No entanto, hoje, o dia dos namorados tinha caído quase num fim de semana, exatamente, não tínhamos tido aula, e, como bônus, ao meu azar, eu iria apresentar uma peça de teatro na escola.

Romeu E Julieta. Sendo eu, o que interpretaria Romeu, e o Katsuki a Julieta.

Outro detalhe — péssimo, ou terrível? —; meu pai vai me assistir. Sim, isso mesmo. Ele vai me assistir atuando em uma peça romântica, com um cara.

Nós, e os garotos ๑BakuDekuWhere stories live. Discover now