Recomeço

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O piloto checou bem cedinho, me despedi da Elen e segui até o aeroporto. No avião eu refleti tudo o que havia acontecido, segui alguns dos concelhos dela, escrevi aquela carta, e quando pousamos entreguei ao piloto, implorei para que entregasse a Samir.

— Eu preciso que você entregue esse envelope a ele... por favor. — Ele me olhou, e pegou o envelope, colocou em seu paletó e me ajudou a descer. Não me confirmou se entregaria, confiei algo importante a um estranho, confiando que chegaria à pessoa certa.

Para o meu azar quando descemos do avião, a mãe dele estava lá nos esperando. Ela me olhava com desprezo e superioridade.

— Fizeram uma boa viagem? — Perguntou ela seriamente.
Eu não respondi, queria distância dela, seu olhar era de superioridade, como se eu não fosse nada para ela. Continuei caminhando sem lhe dá atenção, mas ela me puxou pelo braço logo depois de Fábio ter dado uma distância considerável.

— Espero que está história termine aqui, não quero que volte a nos incomodar. Está claro?

Consegui me soltar, por pouco não cai, me apoiei nas muletas.

— Sim, tchau senhora. — Agora, eu quem estava por cima, olhando do mesmo ângulo que ela, falando no mesmo tom.

Segui meu caminho, fui em direção ao Fábio, onde estava passando as malas pela segurança.

Meu coração gelou, minha mala! Para a minha sorte, tinha um policial me esperando, tirou toda a atenção da segurança ao pedir para me ajudarem. Um dos seguranças me ajudou a passar, e o outro deixou minha mala de lado para ler os papéis que o tal policial trazia, por fim eu estava salva.

Saímos do aeroporto em um táxi, dei o endereço que Elen informou, o tal policial estava em uma viatura seguindo o táxi, não me importei com isso.

— Liz? Aquela viatura está nos seguindo? É o policial do aeroporto? —Perguntou ele confuso.

— É... — Eu tinha que mentir novamente, quando isso iria acabar?

— É um protocolo da polícia, a detetive liberou nosso embarque, ele só nos recebeu, não é? — Ele não acreditou nessa eu precisava escolher outras palavras, inventar não era meu forte.

— Liz? O que você não me contou? Diga, é sobre o assalto? — Ele me olhou confuso.

Eu me calei, precisava pensar em algo que tiraria a atenção dele, então falei com o motorista.

— Senhor? Falta muito?

— Dez minutos talvez. — Respondeu o motorista rapidamente.

— Liz! — Ele gritou comigo, e eu lembrei das vezes que ele me disse para ser forte, essa seria a minha desculpa.

— A detetive se ofereceu para acompanhar minha chegada, eu estava com muito medo, é o trabalho dela.

— Não, não é só isso. — Ele respirou fundo e continuou. — Eu esperava sua sinceridade, me contar a verdade, mas tive que ouvir daquela detetive. Vai ser difícil lhe perdoar por isso, não lhe culpo por nos meter nessa, sei que eu também tenho culpa nisso, mas lhe culpo por não contar a verdade. - Sua voz era séria.

O taxista virou em uma rua e parou o carro, disse que aquele era nosso destino. Ele desceu do carro abrindo o porta malas, ele tirou minhas malas, mas não a de Fábio.

— Onde você vai? Não vai ficar aqui comigo? — Perguntei em um tom rude.

— Eu vou ficar em um hotel, vou fazer uma viagem turística pelo mundo. Preciso descansar. — Seu tom calmo me deu um nó na garganta.

As Vidas De LizWhere stories live. Discover now