O Susto

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Na manhã seguinte eu não queria acordar e levantar do sofá, vocês devem estar se perguntando, qual o motivo dela não dormi no quarto e na cama? Vou lembrar a vocês do meu pequeno trauma e do fato de eu achar seguro dormir na sala, que fica próximo do meu lindo e gostoso vizinho, que por sinal era meu namorado não oficial, logo iriamos mudar isso. Eu estava tão bem naquela manhã que não me importava com as coisas que faria ao longo do dia, me levantar, vestir uma linda roupa, comer... Talvez ter mais um momento de prazer antes de receber meus novos clientes em meu novo negócio. Então eu me levantei e fui até a cozinha, onde revi a cena da manhã anterior, aquele sorriso que me deixava hipnotizada, e em menos de cinco minutos eu o convenci a um momento caloroso antes de ir à loja.

Loja nova, confesso que eu estava um pouco nervosa, mais ao passar do tempo fui relaxando, as meninas estavam lindas com os uniformes, servimos um espumante para comemorar, os clientes que iam entrando eram bem recebidos e automaticamente saiam com sacolas de roupas. Tamara realmente era boa no que fazia, em questão de minutos conseguiu clientes do lado de fora da loja.

— Dona Liz, fui até as ruas em volta, convidei algumas pessoas para conhecer a loja. — Disse ela empolgada ao apoiar o braço no balcão.

— Tudo bem, nesse primeiro momento é perfeito que conheçam a loja.

Algumas horas depois a loja estava lotada, muitas vendas, tive que ajudar as meninas no atendimento enquanto o Vitor ficava no caixa. O tempo foi passando, conseguimos liberar os clientes e a loja foi ficando vazia, pensei ter visto alguém familiar do outro lado da calçada, mas olhei novamente e não estava lá. Eu estava cansada, foi um dia muito produtivo, olhei para a rua e novamente observei a pessoa do outro lado, dessa vez Tamara acenou para ele, e ele caminhou até a loja, eu estava tentando me lembrar de onde eu o conhecia, e então quando ele se aproximou e entrou na loja, eu me lembrei de onde eu conhecia aquele rosto, e sem ele perceber eu corri para os fundos da loja, entrei no meu escritório onde estava o Vitor e bati a porta.

— Liz? Você está bem? — Ele me olhou assustado.

— Não...

Foi a única palavra que consegui dizer, me faltava oxigênio, eu não conseguia respirar, lembrei nitidamente dos momentos em que me vi perto daquele homem, das vezes que ele me cumprimentava e abria a porta do carro onde estava aquele mostro.

— Liz? Está me ouvindo? Respira fundo, parece ser um ataque de pânico, fique calma.

Concentrei-me nos meus batimentos, mantive a respiração como havia aprendido na terapia, e depois de alguns minutos voltei a me sentir melhor, consegui dizer ao Vitor o que me deixou assim, estávamos em perigo. Pedi para o Vitor pegar meu celular que ficou no caixa, eu estava tentando não demonstrar medo, eu precisava ligar para a detetive e pedir ajuda, eu não estava delirando.

— Seu celular, você vai ligar para sua médica? — Ele me perguntou confuso.

— Sim! — Respondi rapidamente pegando o celular da sua mão.

Foi a primeira coisa que veio em minha mente, não queria preocupações naquele momento. Disquei para a detetive e informei tudo sem que o Vitor pudesse entender o assunto que eu estava falando.

— " Liz, me desculpa, não pude ir a sua loja hoje, prometo ir quando puder"

— Você precisa vir agora, tem um daqueles aqui. — Tentei não me especificar.

— " Me explica, você não pode falar? É sobre seu caso?"

— Sim, eu reconheci um daqueles lá na entrada da loja, você precisa vir por favor.

As Vidas De LizOù les histoires vivent. Découvrez maintenant