Fim de tarde

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Ver aqueles dois tentarem ao máximo me manter confortável até a chegada na emergência, só me fez acreditar ainda mais que a culpa seguia sendo minha. Seria possível que uma simples escolha no passado, poderia acabar com um futuro?

Mantive a respiração firme todo o caminho da entrada da emergência até a sala onde fui atendida. Luzes fortes! Foi a minha única lembrança antes de ser sedada e ouvir de alguém dizer que eu estava em trabalho de parto. Tão cedo assim? talvez o meu pior medo estava fazendo o meu corpo se livrar do bebê que eu estava gerando. Um susto como aquele e meus traumas não curados.

A primeira coisa que fiz ao acordar, foi procurar por ele...

— Onde ele está? —  Eu estava aflita.

Procurei pelo quarto, Vitor se aproximou rapidamente.

—  Vocês estão bem, não se preocupe. —  Ele segurou minha mão.

—  Vitor, me perdoe. —  Foram as únicas palavras que consegui dizer antes do rio de lágrimas.

—  Não foi culpa sua, não se perdoe por isso. —  Ele enxugou minhas lágrimas e levantou a cama.

Procurei pela minha bolsa e pelo meu celular, enquanto sentava na cama.

—  Não faça esforço, você precisa descansar. —  Dizia Vitor ajeitando algumas almofadas.

—  Me escute! —  Peguei em seu braço. —  Eu preciso falar com a detetive Silvia.

—  Liz, por favor relaxe. —  Ele deu uma pausa quando bateram na porta. —  Quando você estiver melhor.

Ele caminhou até a porta para abrir.

—  Você?

—  Eu preciso falar com ela, poderia esperar lá fora? —  Disse ela entrando e seguindo até a cama.

—  Espera! —  Ele correu até a cama. —  Como você sabia que ela precisava falar com você?

—  Eu chamei! — Disse Elen gritando da porta.

— Você está de sacanagem comigo Elen? — Ele gritou. — Eu disse que não precisava chamar, ela precisa descansar. Você não entende a gravidade disso?

— Desculpe senhor, acredito que você não entende o risco que vocês estão correndo. — Disse a detetive tirando um bloco de notas da bolsa.

— Do que você está falando? — Ele a encarou confuso.

— Vitor, por favor! — Disse Elen, enquanto sentava na poltrona.

— Sem piadas agora Elen.

Ele estava furioso com tudo.

— Liz, eu preciso que você me diga com detalhes, tudo que ouviu naquela ligação.

— Que ligação? Ela ficou parada ali com o telefone na mão enquanto sentia dor.

— Vitor, não era sua irmã naquela chamada, por favor, deixe-a falar. — Elen continuava com seu tom irônico da poltrona.

Ele me olhou com seus olhos cheios de tristeza e medo. Todos ficaram calados por minutos, até eu começar a falar.

— Eu atendi... Ele começou a falar, mas eu não consegui responder.

— Como era a voz dele? Estava calmo ou fez ameaças. — Ela me perguntava enquanto anotava as informações que eu dava.

— Ele falava calmamente. Me parabenizou pelo bebê e disse que teríamos um encontro logo.

— É a primeira vez que ele entra em contato?

As Vidas De LizWhere stories live. Discover now