Como um peixinho

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Aqui estou eu de novo, querida leitora. 

Espero que esteja curtindo essa história tanto quanto eu curti escreve-la. Foi um prazer imaginar cada etapa dessa nova vida do nosso casal 💗💗 Foi um capricho meu, já que DG nos tirou isso.

Boa leitura!

***




Depois da descoberta do sexo do bebê, eu me conectei ainda mais com Claire e a gravidez. Era minha filha para cá, minha filha para lá... comecei a pensar em nomes, comprei mais roupinhas, uma delas, um macacão escrito garotinha do papai. Se havia um pai mais clichê no mundo, esse homem era eu. Definitivamente.

Quando descobrimos a gravidez, eu queria ver a barriga crescer, com a barriga crescendo, eu quis saber o sexo, após saber o sexo, eu queria sentir o bebê chutando, se movendo e exibindo reflexos da vida que ali habitava.

Num domingo à tarde, Claire cochilava vendo TV no sofá, seus olhos se abriam e se fechavam a cada cinco minutos, brigando com o sono do tédio de um dia inteiro de preguiça, quando arregalou os olhos e olhou em direção a seu ventre protuberante.

— O que foi?

— Sua filha está se mexendo. ‒ Ela sorriu radiante, os olhos brilhando azuis como o céu.

— Está? ‒ Saltei da poltrona, me aproximando de Claire. Sua barriga era agora mais do que uma curva redonda arrebitada, a gravidez estava clara e linda. Toquei a pele suave por debaixo da camiseta.

— Não acho que vá sentir, querido, não ainda. Ela é muito pequena.

— O que você sente? Me conte tudo. ‒ Meu coração parecia querer sair pela boca.

— É como se houvesse um peixinho, nadando em movimentos lentos, encostando nas bordas e assim me causando sensações físicas inesperadas. Quando aconteceu da primeira vez, achei que fossem meus órgãos internos protestando por perderem cada dia mais espaço, mas das outras vezes, eu perce...

— Houve outras vezes e você não me disse nada? ‒ A interrompi chocado.

— Ainda não é um chute, Jamie, te dizer só te deixaria mais ansioso. ‒ Claire sentou-se no sofá.

— Mas quero saber tudo, não me esconda mais nada. ‒ Me sentei ao lado dela, minha mão ainda em sua barriga, na esperança de sentir algo vindo dali.

— Me desculpe, querido, não quis te chatear. ‒ Ela colocou a mão sobre a minha, e pressionou um pouco sobre a pele macia.

— Hum.

— Jamie, seu bobão. ‒ Claire segurou meu rosto.

— Não sei uma palavra para descrever melhor o que sinto, mas parece que estou com um pouco de ciúmes, porque não posso senti-la. ‒ Falei o que soava dentro de mim, como se eu estivesse com ciúmes do vínculo que as duas tinham. Me sentia de fora.

Ainda não pode, mas em breve vai senti-la chutar, cada vez mais forte. Eu prometo! ‒ Ela selou os lábios nos meus, ternamente.

— Tá bom, agora me conte quando foi a primeira vez. ‒ Eu precisava saber.

— Eu estava dormindo e acordei com a sensação de algo se mexendo lentamente, uma borbulha no pé da minha barriga, achei que fossem gases, e voltei a dormir em seguida.

— Gases? ‒ Eu ri.

— É comum na minha condição. Mas o fato é que se repetiu quando eu estava acordada, e achei que fossem meus órgãos reclamando, e então de novo... e eu soube que era o bebê soluçando. É novo pra mim essa sensação, então demorou um pouco para cair a ficha.

— E quando é que eu vou senti-la? ‒ A pergunta que não queria calar.

— Ah, ela está ficando maior e ocupando mais espaço, então já, já, as camadas de pele da minha barriga não vão mais esconder os movimentos. Provavelmente no próximo mês.

— Não vejo a hora. ‒ Deitei minha cabeça nas coxas de Claire, meu rosto bem de frente ao casulo redondo.

Claire passou a mão por meus cabelos e sorriu.

— Eu te amo, Claire... e te amo, minha peixinha. ‒ Beijei a barriga e ali fiquei.

— Eu também amo vocês dois.



Como um peixinho

Eis que sua mãe me leva para te ver de novo, e dessa vez numa máquina muito mais potente. Você é perfeita, com seu rostinho adormecido e tranquilo. Cinco dedinhos em uma das mãos, a outra fechada em cima da barriga. Mamãe te cutucou várias vezes, mas você só esticou as pernas, se mexeu um pouco e voltou ao sono no seu casulo imperturbável. E sim, as imagens confirmaram que você é uma menininha.

Você é comprida, igual a mim, foi o comentário da nossa médica, ela também disse que logo vai ficar claro que você chuta e se move muito. Eu não vejo a hora de te sentir. Sua mãe te sente o tempo todo... Como um peixinho. Nadando em movimentos lentos, encostando nas bordas e assim me causando sensações físicas inesperadas. ‒ Foi assim que ela me descreveu da primeira vez, e me apaixonei pelas palavras e quis eternizá-las aqui para você.

Estou louco para participar desse momento com vocês duas, sentir cada chute, cada movimento enquanto você cresce e se fortalece para sair e vir para o meu colo, minha peixinha.

Não decidimos seu nome ainda, então no momento te chamamos de nossa peixinha.

Não decidimos seu nome ainda, então no momento te chamamos de nossa peixinha

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24/08/2020 - Sua foto com vinte e três semanas, se aproximando do sexto mês. Você está com trinta e dois centímetros, mamãe disse que suas sobrancelhas, cílios e unhas estão inteiramente formadas. Mal posso esperar para te pegar no meu colo.




***

Jamie às vezes mexe comigo, escrever POVs dele são um desafio a parte. Ele é intenso, mas de uma maneira muito diferente de Claire; a paixão dele vaza de forma incomum. Espero estar fazendo um bom trabalho em escrever sobre esse momento especial.

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