E você se cansou de esperar...

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Querida leitora, como anda a vida? Resolvi adiantar o capítulo na ansiedade de postar esse trecho tão especial. 

Espero que goste!

***




Nossa vida continuou girando em torno um do outro e da nossa filha ainda não nascida. Os dias passavam, diminuía a distância do momento do parto e aumentava a minha ansiedade e o meu amor.

Quando o berço chegou, eu me emocionei com a ideia de que tudo ficaria pronto e perfeito em seu devido lugar. Nunca me dediquei tanto a algo quanto me entreguei a missão de tornar o quarto da minha primeira filha, um cantinho dos sonhos. Tudo saíra como o planejado, cada móvel ocupava o seu lugar e função, cada decoração tinha uma história, cada brinquedo e roupinha esperava o seu uso. Brianna tinha roupas para mais de dois anos, fomos comprando, meio sem parada, e quando vimos, o roupeiro embutido ficou pequeno.

Claire me observava do canto perto da janela, sentada na poltrona com um cobertor macio de bebê nas pernas, a barriga enorme me chamando e me hipnotizando. Eu estava montando o berço, parafuso a parafuso, me sentindo o melhor pai do mundo.

Brianna passou a se mexer muito, era possível identificar perninhas e bracinhos à medida que o movimento na pele do ventre esticado ia de um lado para outro. Era extraordinário e confesso que meio assustador. Bree respondia principalmente a minha voz e já amava música, então sempre havia um som tocando em casa, onde estivéssemos. No quarto, na cozinha, na banheira... havia sem uma melodia em casa.

— Ah, ela ama essa música. ‒ Começou a tocar You are my sunshine, do Johnny Cash.

Você ama essa música, querido, e fica tocando repetidamente para ela. Você é um pai bobão. ‒ Claire sorriu.

— Eu sou sim, obrigado. ‒ E eu sorri de volta.

— E a garotinha do papai está com soluço.

— De novo?

— Ela não para quieta, por isso esse soluço... ‒ Ela mexeu na barriga, apertando alguns pontos como se estivesse tocando Brianna diretamente.

— Quer que eu desligue a música?

— Não, está bom assim. Devo dizer que estou impressionada, Jamie, você construiu o quarto de bebê mais lindo que já vi.

— E quantos quartos de bebê você viu antes?

— Talvez dois... ‒ Claire deu de ombros.

— Não é muito para comparar.

— Pode se gabar, querido, olha esse lugar, parece um sonho.

— É um sonho, o meu sonho. ‒ O quarto estava lindo, parecendo um pedaço do espaço sideral.

— Sua filha está chutando a minha costela de novo. Pode falar com ela? ‒ Ela se contorceu com cara de dor.

Claire não precisava nem pedir, eu já tinha largado o pé do berço e me esgueirado para bem perto da protuberância ovalada e meio deformada com a posição estranha de Bree.

— Filha, o que você tanto faz aí, sua maluquinha? ‒ Toquei a barriga bem onde eu sabia estar a cabecinha.

— Jamie!

— Tá, maluquinha não... sua espertinha. Você precisa aliviar para sua mãe, eu sei que você quer sair, e eu também quero que você saia, mas enquanto a hora não chega, você pode tirar seu lindo pezinho das costelas e também parar de apertar a bexiga da mamãe? Eu amo você, minha peixinha. ‒ Minha voz grave sempre funcionava nesses momentos.

O diário de BreeOnde as histórias ganham vida. Descobre agora