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Tobirama colocou a mão sobre o rosto para cobrir o leve bocejo que lhe escapou. Ao contrário do que pensou, conseguiu dormir perfeitamente à noite anterior.

Talvez fosse porque Indra estava lá consigo, e se amaldiçoou mentalmente quando se deu conta deste fato. Não devia ser tão dependente assim.

Sentiu um leve sobressalto em seu peito quando passou pelas grandes portas da biblioteca. Mais uma vez, se reprimiu mentalmente por seu comportamento. Não tinha ideia do que Izuna faria consigo, mas ainda assim, não devia ter demonstrado tanto medo.

Muito menos na frente de Madara...

Por conta de suas más recordações, decidiu não entrar no cômodo e procurar outra coisa para fazer. Estava se sentindo um pouco entediado.

Tomou um grande susto quando cruzou um dos corredores e se deparou com Madara.

– Eu estava te procurando. – Disse ele assim que o viu.

Tobirama recuou dois passos, e aos poucos, se recuperou de seu pequeno espanto. As palavras do Uchiha o fizeram olhar instintivamente para as pulseiras em seus pulsos.

Dado às circunstâncias, ele tinha o total direito de se sentir receoso.

– Por quê? – Perguntou normalmente.

O albino disfarçava bem, mas Madara era perceptivo, e conseguiu ver que ele estava levemente assustado.

– Se acalme. – Pediu, recebendo um olhar irritado do outro. – Quero que ande comigo pelo distrito hoje.

Tobirama logo se acalmou. Não se sentia seguro para sair sem acesso ao seu chakra, mas o pedido do Uchiha não era de todo ruim.

– Certo... – Aceitou após um longo suspiro.

Madara arqueou uma das sobrancelhas com a resposta dele. Ainda estava surpreso com o quão fácil Tobirama aceitava todos os seus pedidos, sem ao menos tentar lutar contra.

Completamente o oposto do homem recluso e orgulhoso que ele mostrava ser.

– Preciso que fique mais próximo do clã, para que assim, a cura se espalhe mais rapidamente... – Enquanto explicava, o Uchiha retirou alguma coisa da sacola que trazia consigo. – Vista isso para ficar mais apresentável.

Tobirama arregalou os olhos quando viu o belo Kimono vermelho que o Uchiha lhe entregou.

– Você está brincando... – Perguntou em um tom totalmente estóico, enquanto analisava a veste mais de perto.

Madara quase quis rir. Com tudo o que estava acontecendo, era justo com a roupa que ele se preocupava?

– Não estou. – Respondeu simples. – Você é o descendente de Amaterasu, precisa se vestir devidamente.

Tobirama encarou o Uchiha profundamente. Não que a veste não fosse bonita; era exuberante. Mas aquele Kimono era formal e chamativo demais para uma simples caminhada à luz do dia.

– Todos vão ficar me encarando... – Deixou sua real preocupação vir à tona. – Eu tenho mesmo...?

Era impressão de Madara, ou a voz dele tomou um tom quase manhoso?

– Sim. – Respondeu, quase sorrindo. Estava se divertindo mais do que deveria com a destreza do outro. – Vá se trocar.

Tobirama quase rosnou quando observou o Uchiha ir embora. Se ainda tivesse acesso ao seu chakra, as paredes estariam tremendo.

– Desgraça... – Não era de xingar, mas a situação merecia sua indignação.

Sem mais alternativas, se rendeu à situação e foi para um dos quartos se trocar.

VermelhoWhere stories live. Discover now