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– Você quer... conversar?

Quando Izuna finalmente decidiu ceder aos pedidos de seu irmão e ir se desculpar com o maldito Senju, não planejou muito o que exatamente iria dizer. Talvez jogar algumas meias palavras e ir embora, nada especial.

Porém, quando finalmente encontrou quem tanto procurava, o pouco que havia planejado lhe escapou a mente. Tobirama estava cobrindo Madara com um cobertor, um gesto estranhamente... afetuoso.

E quando o Senju finalmente notou sua presença e recuou como um coelho assustado, Izuna sentiu um leve desconforto em seu estômago. Em outros tempos, ter o temido Senju Tobirama com medo de si seria uma grande vitória, mas agora...

Agora, Izuna não sabia o que sentir.

– Sim, conversar. – Respondeu com um pouco de tédio, não era costume do albino ficar evitando o assunto. – Pode vir comigo para outro lugar? Não quero acordar o Madara.

Tobirama olhou brevemente para os lados, ponderando se deveria ir ou não. Afinal, Izuna sempre foi deveras imprevisível, desde que se enfrentavam durante as guerras.

– Certo... – Disse em um tom hesitante, olhando para o adormecido Madara mais uma vez.

Izuna revirou os olhos com a demora.

– Vamos logo, Senju! Eu não vou te atacar. – Insistiu, indo até o albino e segurando o pulso dele.

Tobirama quase pulou de susto com seu repentino toque. Izuna teria achado graça, se a situação não fosse tão... preocupante.

O Uchiha praticamente arrastou o Senju até a sala, o empurrando sentado no sofá em seguida.

– Não precisava disso... – O albino reclamou.

– Precisava sim. – Teimou o moreno.

Os dois se encararam por alguns segundos, Tobirama olhava para o rosto do Uchiha, mas evitava seus olhos a todo custo. Já Izuna, estava pela primeira vez reparando na aparência do Senju naquele dia.

Como nos últimos dias, ele estava trajando um dos vários Kimonos de tons escarlate que Madara lhe deu; e... ele estava usando maquiagem?

– Hum... Você vai falar alguma coisa ou só vai ficar me encarando? – Tobirama perguntou, meio sem jeito.

Izuna sentiu suas bochechas arderem um pouco.

– Fica quieto, estou pensando no que dizer... – O Uchiha tentou disfarçar o constrangimento. – Certo... Eu quero conversar sobre aquele dia na biblioteca...

Tobirama ficou visivelmente tenso.

– Eu não vou me desculpar por minhas palavras, porque o que eu disse ainda vale. Não vou te deixar fazer mal à minha família. – Disse firme. – Mas eu quero me desculpar por tentar usar meu Sharingan em você. Acredite ou não, eu não sou um monstro.

O Senju aos poucos se arriscou a olhar nos olhos do Uchiha. Suas palavras pareciam ser sinceras, ao menos.

– Tudo bem, o que você fez foi compreensível.

Izuna arregalou os olhos levemente. Estava esperando por algum tipo de resistência, não... empatia.

– Você... O quê? – Perguntou confuso.

– Eu sou um intruso em sua casa, e acima de tudo, um antigo inimigo. Então é compreensível você estar preocupado. – Explicou calmamente. – E considerando a situação de seu clã, eu... entendo porque você perdeu o controle naquela hora.

Izuna tentou dizer algo, mas as palavras certas não lhe queriam vir em mente. Esperava por uma discussão, ou acusações, qualquer coisa...

Não era de hoje que vinha notando que Tobirama não era mais o mesmo.

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