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Gente, esse capítulo ficou meio chatinho, mas foi necessário.

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Hashirama revisou suas anotações pela enésima vez naquela tarde, se certificando de que não esqueceu nenhum ponto importante para abordar na reunião que frequentaria há alguns minutos.

Tobirama fazia bastante falta naquelas horas. Sua dedicação e perfeccionismo sempre lhe ajudaram durante as partes mais complicadas de seu trabalho, ele sempre sabia o que estava faltando, e sempre lhe apontava onde deveria melhorar.

O Hokage sentiu o peito pesar com as lembranças de seu irmão; nunca pensou que sentiria falta do jeito que ele gritava consigo para ser mais atento ou menos desastrado. Sentia tanta falta de Tobirama; e a atual situação na residência Senju não lhe ajudava nada com seu humor deprimente.

Desde que o albino fora viver com os Uchihas, os outros Senju têm lhe evitado. Claro, eles não faziam aquilo de uma maneira óbvia, mas Hashirama conseguia ver a leve frieza em seus olhares.

Ter Itama, Touka e até mesmo Ashura o tratando daquele jeito lhe partia o peito.

Sabia que era culpado, e que até certo ponto, merecia tal tipo de tratamento. Mas Hashirama era um líder, que zelava pelo bem todos em sua aldeia; e às vezes, líderes precisam tomar decisões difíceis.

Era muito fácil para os outros pensarem que ele era apenas um idiota, um bobo, e que não pensou bem antes de tomar uma decisão tão difícil e complicada como aquela. Era verdadeiramente fácil pensar que Hashirama era alegre demais para se chatear com o tratamento que estava recebendo.

Sem Tobirama ali consigo, ao seu lado, como sempre esteve, se sentia totalmente desolado e solitário.

– Hashirama? Posso entrar? – Após algumas batidas na porta, Ashura a abriu um pouco e olhou para dentro do cômodo.

O líder dos Senju apenas assentiu, ainda atento aos documentos que estava revisando.

Ashura caminhou calmamente até a extensa mesa na qual o Hokage estava trabalhando. Apoiou suas mãos na mobília e encarou o primo mais de perto.

– O que foi? – Hashirama perguntou confuso.

O outro Senju desviou o olhar brevemente para a porta.

– Eu estou preocupado com você. – Disse direto. – Não estou reclamando por você estar se esforçando em seu trabalho, mas você mal fica em casa ultimamente.

Hashirama suspirou, voltando a atenção mais uma vez para seu trabalho. Era verdade que, para tentar inutilmente fugir da atual situação, ele têm se focado inteiramente no trabalho.

– Não é como se fosse fazer alguma diferença... – Respondeu com certa amargura.

Ashura se assustou levemente com o tom de sua voz. Sabia que nem mesmo alguém como Hashirama conseguia ser feliz a todo momento. Ainda assim, ficou surpreso.

– É claro que faz! Nós sentimos a sua falta! – Teimou o Senju de cabelos curtos.

Hashirama encarou o outro com um olhar cansado.

– Não parece. – Teimou de volta. – Não do jeito que estão me ignorando.

Ashura recuou alguns passos, surpreso pelo primo falar do problema em questão de uma maneira tão direta.

– Não estamos te ignorando... – Falou com a voz mais calma. – Mas você precisa entender que estamos magoados com a situação, não foi nem um pouco justo com o Tobirama.

– Eu sei que não foi! E eu me culpo todos os dias pelo que tive que fazer! – O líder dos Senju exclamou. – Eu não tive escolha...

Ashura encarou a desesperança no olhar do primo e suavizou suas feições. Arrastou a cadeira que estava na frente da mesa e se sentou nela, de frente para o outro.

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