Quem poderia Imaginar

Orfanato

MARIA GONÇALVES

Um mês já se passou deixando apenas as lembranças de meu acidente, a perda da minha memória, a briga entre Pietro e a avó de Sabrina. Foram dias bem intensos e de grandes emoções mas tudo voltou ao normal e agora está tudo bem.

Felizmente a recuperação de meus ferimentos e ombro deslocado foram mais rápidos do que esperava, já removi a tipóia e agora posso movimentar meu braço sem medo ou preocupação, me sinto renovada e completamente saudável, porém Pietro me trata como um cristal super frágil e a todo momento está cuidando de mim e me repreendendo por algo que faço.

Neste exato momento estou me arrumando para visitar um orfanato. Minha mãe se envolveu em alguns projetos sociais e conheceu várias ONGs e orfanatos, estou indo visitar um hoje pela primeira vez e me sinto muito ansiosa, sempre ajudei com diversas doações mas nunca conheci as crianças pessoalmente. Escolhi um vestido vermelho na altura dos joelhos, ele possui mangas curtas e é de modelo trespassado. Me sentei na beira da cama para calçar meu par de tênis branco e foi então que ouvi o som da porta do apartamento sendo destrancada. Era Pietro chegando de sua reunião de emergência, houve algum problema na empresa e ele precisou sair apressado hoje de manhã cedo, fiquei preocupada. Passos se aproximaram pelo corredor e então vi meu namorado entrar no quarto e correr em minha direção.

-Amor! Você precisa tomar cuidado, acabou de se recuperar.- Ele disse todo preocupado se abaixando a minha frente, Pietro começou a amarrar os cadarços de meu tênis.

-Está tudo bem amor, eu não sinto mais nenhuma dor.- Falei calmamente fazendo carinho em seus cabelos.

-Mesmo assim, todo cuidado é pouco.- Ele afirmou convicto, apenas fiquei em silêncio observando ele amarrando meus tênis.

-Obrigada.- falei assim que ele terminou, segurei seu rosto entre minhas duas mãos e beijei seus lábios rapidamente.

-De nada meu anjo!- Ele se levantou e me olhou dos pés a cabeça.- Aonde vai?

-Eu vou visitar um orfanato.- seus olhos se arregalaram em surpresa.- Eu ia te avisar antes mas você precisou sair cedo pra resolver problemas da empresa.

-É eu sinto muito por ter saído daquele jeito as pressas, houve uma grande confusão em documentos muito importantes e agora os investidores estão furiosos e querem desistir do projeto.- Pietro se sentou sobre a cama deixando os ombros caírem e baixando a cabeça, ele parecia tão cansado e preocupado.

Passei meus braços ao redor de sua cintura o abraçando, beijei sua bochecha e deitei minha cabeça em seu ombro.

-Eu sinto muito, queria poder ajudar em alguma coisa mas só posso desejar que dê tudo certo.- Falei também me sentindo frustrada pelos projetos de Pietro estarem dando errado.

-Você já me ajuda muito meu anjo, só de sentir o seu abraço eu já me sinto muito melhor.- Sorri com seu comentário e levantei a cabeça para olhá-lo, seus olhos tinham um brilho tão bonito.- Eu quero te acompanhar até o orfanato, eu posso?

-Mas é claro que sim! Eu vou amar.- Respondi me sentindo muito alegre e ele sorriu.

-Vou tomar um banho rápido e então saímos ok?- Assenti e ele beijou minha testa e então se levantou.

Antes mesmo de chegar até o banheiro ele já estava desabotoando sua camisa deixando seu peitoral forte e definido exposto, tive que conter meus olhos curiosos, porque por mais que eu já o tenha visto sem camisa, todas as vezes é uma tentação e eu sinto meu corpo esquentar.