Eu não quero você em minha vida!

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MARIA GONÇALVES

O som do despertador invade meus sonhos fazendo-me acordar assustada. Levanto a cabeça do travesseiro me sentindo confusa e vejo a tela do celular brilhando em meio a escuridão do quarto, estendo o braço e deixo o dedo deslizar pela tela desligando o alarme.

Minhas pálpebras pesam e eu acabo fechando os olhos mais uma vez. Me sinto tão cansada que não quero me levantar da cama, meu corpo parece muito mais pesado do que realmente é, me deixando imóvel e sem coragem para sair da cama, mas mesmo assim eu me esforço para levantar.

Jogo as cobertas para o lado e me levanto da cama, ando arrastando os pés até o banheiro e ao chegar lá acendo a luz do cômodo e sinto a claridade incomodar meus olhos. Ligo o chuveiro deixando a água quente cair e o vapor cobrir as paredes do box enquanto tiro minhas roupas. Entro debaixo do chuveiro e fecho meus olhos sentindo a água quente cair sobre mim me fazendo acordar de verdade.

Eu não consegui dormir bem essa noite, cheguei em casa bem cansada do trabalho, jantei e fui direto para o meu quarto, fiz minha oração e me deitei para dormir, mas quando fechei os olhos o sono não veio. Foi como se todos os meus pensamentos tivessem sido ativados e eu não conseguisse mais relaxar. Virei de um lado para o outro tentando achar uma posição confortável para dormir e isso me custou quase a noite inteira acordada.

Estou muito cansada, sinto como se meu corpo estivesse esgotado sem eu nem ter feito nada.

Os minutos se passam e eu saio do banho antes que eu perca o horário da faculdade. Me enrolo na toalha e após escovar os dentes vou para meu quarto terminar de me arrumar. Abro as portas do guarda-roupa a procura de algo para vestir e como estou com pressa pego uma calça jeans e um moletom simples. Quando puxo uma das peças de roupa uma camiseta azul marinho cai no chão. Meu coração acelera dentro do peito quando reconheço aquela peça de roupa.

Me abaixei pegando a camiseta. Essa não é uma peça de roupa qualquer, é uma peça de roupa de Pietro. A um tempo atrás ele me emprestou essa camiseta para mim dormir e disse que ficou tão bonita em mim que eu podia ficar com ela, eu a guardei em meu closet provavelmente quando Sabrina pegou minhas roupas, a camiseta veio junto sem que ela percebesse.

Quando me dei conta eu já estava abraçada com a camiseta apertando-a contra meu peito, uma atitude boba eu sei, mas queria que fosse Pietro em meus braços ao invés de sua camiseta. Eu sinto tanta saudade, tanta saudade, tanta saudade que dói. Queria que tudo o que estou vivendo fosse apenas um sonho ruim e que eu pudesse acordar e perceber que tudo está perfeitamente bem, que tudo não passou de uma ilusão. De repente sinto minhas bochechas molhadas pelas lágrimas que eu nem notei que derramava.

Apressadamente passei as mãos pelo rosto secando minhas lágrimas e tentando me recompor antes que uma crise de choro interminável começasse. Guardei a camiseta bem no fundo do guarda-roupa na esperança de esquecê-la. Peguei a roupa que escolhi e comecei a me vestir. Assim que terminei de me arrumar para faculdade sai do meu quarto e desci as escadas seguindo para a cozinha, fiz um lanche rápido e logo sai de casa seguindo até o ponto se ônibus.

Confesso que estou muito desanimada hoje, se eu pudesse faltaria a aula, mas seria apenas por pura preguiça pois estou em condições de ir para faculdade. Eu só queria ficar quietinha no meu canto. Minutos depois o ônibus chegou e assim que entrei por sorte encontrei um lugar vazio no fundo, tirei o celular da mochila e coloquei os fones de ouvido. Passei o trajeto todo ouvindo música enquanto pensava em minha vida.

Quem poderia ImaginarWhere stories live. Discover now