12| ʙʀᴏᴛᴇɪ

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Estava apagada, na minha cama quando começo escutar meu celular tocar, atendi já sabendo quem era, pois era o único que me ligava de madrugada.

- Oi preto. - falei

- Fala pro porteiro me liberar. - ele disse - Senhorita Santos.

- Oi seu Jandir, boa noite, pode liberar a passagem do Lennon quando ele vir. - falei ainda sonolenta.

- Ta bom. - escuto um barulho estranho - Gatinha abre a porta, tô cansadão e cheio de fome. - ele disse.

Finalizei a ligação, levantei da cama e fui até a porta, destranquei e abri a porta, cinco segundos depois as portas do elevador de abriram e um rapaz alto, todo de preto surgiu, dando um sorriso. Ele me olhou e sorriu.

- Oi gata. - ele me deu um beijo no pescoço me arrancando um sorriso.

Entramos no meu apartamento e eu tranquei a porta novamente, Lennon sentou no sofá e tirou o tênis e a camisa. - eu caminhei para cozinha.

Peguei um prato e coloquei um pouco de macarrão com queijo e carne picada que havia feito quando cheguei do trabalho, coloquei o prato no micro-ondas e requentei. Quando o eletrodoméstico apitou, retirei o prato, peguei um garfo e dei para Lennon comer.

- Valeu. - disse.

Me deitei no sofá colocando as pernas em cima do colo dele. Fiquei observando ele comer e então um questionamento veio.

- Por que veio para cá? - perguntei.

- Viajei pensando em voltar para te ver. - foi simples.

- Como foi lá? - perguntei.

- Acabei que nem fiz a entrevista, encontrei uns amigos já que consegui voo só agora de noite, 40 minutinhos. - ele colocou uma garfada na boca - Como foi seu trabalho?

- Puxado, mais eu amo o que faço. - falei.

- Por que escolheu isso? - ele perguntou curioso.

Fiquei quieta por alguns segundos e ele me encarou, senti meus olhos marejados. Limpei rapidamente e sorri.

- Que isso gata. - ele estendeu a mão até meu rosto.

- Meu pai foi combatente. - comecei a falar - Sempre peguei referência dele, eu o admirava loucamente, coloquei na minha cabeça que era o que eu queria e realmente é o que quero. Sempre quis. Salvar pessoas é... Eu nem sei como te explicar.

- Também sinto isso quando alguém fala que salvei a vida, mudei e tudo mais. Eu nem sei o que falar também. - ele disse.

- Meu pai morreu quando eu completei 17 anos, foi em uma ocorrência. Ele escutou alguém no prédio gritar, entrou, sem observar a situação ao todo. Acabou que as chamas aumentaram ainda mais e ele morreu por causa da fumaça. Acabou que realmente tinha alguém lá. Não sei se conseguiram salvar.

- Você pretende sair um dia? - perguntou.

- Você largaria a música? - perguntei

- É diferente.

- Você toda vez que sobe no avião corre um risco, quando você pega estrada corre outro. - dei de ombros - Você salva vidas de um jeito e eu de outro. - dei um sorriso.

Vi Lennon ficar quieto, ele terminou de comer e eu levantei, peguei seu prato e levei para pia, voltei para perto dele e estendia a mão.

- Vem vamos dormir, vou trabalhar cedo. - disse sorrindo.

Ele pegou minha mão e levantou do sofá, fui andando pelo pequeno corredor, apaguei a luz da sala e cozinha antes e fomos para o quarto. Vi Lennon ficando só de cueca e deitando na cama, deitei ao seu lado e ele se aconchegou perto de mim.

𝓟𝓸𝓭𝓮 𝓕𝓲𝓬𝓪𝓻  ||  L7nnonOnde histórias criam vida. Descubra agora