IV.

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O Bakugou já havia avisado, ao o que ele costumava se referir como "amigos" - expressava-se dessa forma, mas, mesmo que não quisesse admitir, se importava com os mesmos -, que iri se distânciar deles a partir das cinco.

Não especificou o motivo, mas seu amigos não eram tão burros e deduziram que tinha algo a ver com os rumores que tinham se espalhado de Katsuki e seu suposto relacionamento. Assim que o relógio de seu celular marcou as exatas cinco horas, o Bakugou se despediu rapidamente e voltou até a biblioteca.

O Todoroki estava lá, em pé, tirando seu uniforme e o dobrando perfeitamente, colocando-o sobre a bancada. O loiro se aproximou, esperando com que Shoute notasse sua presença, havia esquecido do quanto disperso o meio-ruivo poderia ser, chegava a ser idiotamente engraçado e zoavel.

Tossiu propositalmente, arranhando levemente sua garganta, hesitando. A boca do Todoroki se abriu em um enformato arredondado, e que Katsuki esperava que saísse alguma palavra, ao notar a presença gritante do loiro. Como estava sempre muito avoado, ou pensando em outras coisas mais importantes e complicadas de sua vida, a presença de alguém como Bakugou, mesmo que dificilmente, passava despercebido pelo meio-albino.

- Vamos, logo, caralho! Não tenho o dia todo! - O Todoroki assentiu e o seguiu para fora de onde trabalhava, sentindo o ar um pouco mais gelado bater em sua nuca e arrepiar-se.

Os dois andaram por poucos minutos, usando máscaras e Buckets, para não serem reconhecidos. Desde que aquela notícia havia se espalhado, o Bakugou teve que começar a tomar mais cuidado para não ser reconhecido ou formar multidões em lugares aleatórios e Shouto se viu completamente aflito por ter tido o seu espaço pessoal invadido e sendo forçado a dar entrevistas que, muitas das vezes, eram sempre muito explicitas e botavam o Todoroki em situações desconfortáveis.

Se sentaram na mesa, esperando que fossem atendidos. Tiraram suas máscaras, deixando-as de lado, encarando um ao outro. Uma coisa que intimidava Shouto no Bakugou, além de sua incrível presença por si só, era que ele era capaz de ficar encarando-o por longos minutos, sem cansar ou ceder, aconteceu no dia em que se conheceram bem e estava acontecendo agora.

Shouto sempre terminava confuso ou corado nessa brincadeira infatil, ou briga, que estava tendo com o alourado. Não tinha muitas relações interpessoais, além de seu irmão mais velho, Touya, que era seu verdadeiro amigo e herói.

- Tem mais relações? - Indagou, tombando sua cabeça para o lado, deslizando os dedos pelo cardapio e mordendo o lábio interior com o canino, punindo-se por ter falado aquilo sem pensar e tão de repente.

- Que? - Dessa vez, Katsuki que parecia não entender. Já havia percebido que Shouto era mais calado e que tinha ações julgadas como, sendo o mais gentil possível, estranhamentes aleatórias, mas, às vezes, nem mesmo o Todoroki parecia entender o que ele deveria fazer ou falar.

- Tem outras relações pessoais? - Mexeu nas plantas falsas e decorativas, revirando seus olhos e os levando até encontrar os de Katsuki que eram da cor de vinho.

- Isso não te interessa. - Virou o rosto, estreitando seus olhos, perguntando-se quem iria ver atende-lo. Queria comer um Red Velvet.

- Hum. - Resmungou e deu de ombros, esperava por isso, já que Katsuki também sempre parecia não querer falar muito sobre e focar em assuntos o interessavam.

Uma garçonete chegou até a mesa dos dois, com o mais simpático dos sorrisos no rosto e o mais simples uniforme também.

- Aqui parece ser tudo tão caro. - Comentou baixinho, ou pelo menos achou que havia feito, já que Katsuki o retrucou:

- Não é como se você tivesse problemas financeiros, meio-a-meio. - Sua atenção foi tomada pela garçonete que esperava os dois acabarem a mini discussão besta. - Queremos dois pedaços de bolo Red Velver e duas vitaminas de morango.

O Todoroki não estava com fome, porém não se importava de comer fora de seu horário, mesmo que insistisse em mastigar incansavelmente o que havia em sua boca.

A subordinada do local se afastou da mesa dos dois, assentindo. Shouto arranhou sua garganta, em uma tentativa falha de tossir.

- Eu sei. - Desviou seu olhar, suspirando e reencostando seu corpo na cadeira onde estava sentado, deixando seus músculos tensos relaxarem. Sua cabeça pendeu, fazendo com que seus cabelos bicolores cairem sobre seus olhos.

Esse ato fez Katsuki ter lembranças da noite que tiveram juntos, quando Shouto estava com sues fios grudados na testa por conta do suor.

- Mas por que me perguntou aquilo? - O loiro indagou, roubando a atenção do meio-ruivo, que fez com que os olhos díspares se encontrasse com os cor carmesim do Bakugou, e mais uma lembrança foi desbloqueada na mente de Katsuki, de quando o Todoroki se encontrava submisso e ajoelhado perante o loiro com a extensão de Katsuki em sua boca.

- Hãm? Hum... - Resmungou, desviando o olhar, pensativo. - Somos amigos?

- Conhecidos, meio-a-meio.

- Então por que está sendo legal comigo? - O loiro hesitou antes de responde-lo.

Pela primeira vez, Katsuki não tinha uma resposta na ponta da língua, abriu e fechou a boca, pelo menos, umas cinco vezes antes de responde-lo qualquer coisa, hesitante e quebrando os olhares entre o mesmo. Acho que nem ele mesmo sabia o porquê, mas sentia que deveria.

- Não posso ser gentil?! - Quase que rosnou ao indaga-lo.

- Hum, claro. - Disse simpleco.

A garçonete retornou com os dois pedaços de bolo, servindo-os, junto do Milk-Shake que Katsuki havia pedido para os dois. Shouto falhou em tentar sugar a bebida pelo canudo e o loiro riu, fazendo um movimento negativo com a cabeça.

- Vai logo, prove esse bolo, meio-a-meio. - Disse, cortando um pedaço com seu garfo e os levando até a boca, se deliciando com o gosto de cereja e creme que emanava pela sua língua.

O Todoroki fez o mesmo com uma expressão de quem realmente provava algo pela primeira vez. O Bakugou não entendia como alguém nunca havia provado um simples bolo.

- O que achou? - Katsuki raspou o creme que estava espalhado pelo prato e levando até sua boca, se deliciando até que demais.

- É bom, mas prefiro de chocolate. - O Bakugou assentiu, afinal, gosto pessoal é igual a cu, cada um tem o seu, esse era o pensamento do Bakugou - e bom, ninguém dizia que ele estava errado. Estavam comendo, até que o celular do loiro vibrou em seu bolso.

Pegou o aparelho, era uma mensagem de Kirishima, ou melhor, cabelo de merda, como estava salvo no contato. As palavras na tela o avisavam sobre uma festa que teria na noite do dia seguinte.

- Meio-a-meio, você tem planos para amanhã a noite?

L.A VIBES. || TodoBaku.Where stories live. Discover now