XIII.

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E antes que Katsuki pudesse responder, os dois homens ouviram a voz do subordinado aeroporto dizer:

- Por favor, os passageiros do vôou três, quatro, cinco, oito, podem formar uma fila no balcão a frente dos senhores. - E assim, todas as pessoas do saguão fizeram.

O Todoroki e o Bakugou ficaram em quarto lugar na fila de espera. O procedimento para adentrar o avião foi rápido, era só entregar a passagem e alguns documentos e se sentar nas poltronas confortáveis do avião.

Shouto abriu a janela de sua poltrona, vendo o lado de fora; sua última visa te Tóquio por um tempinho. Estava feliz que iria viajar com o cantor, que iria vivenciar novas experiências e conhecer novas pessoas, culturas.

Mas sendo sincero consigo mesmo, não era isso que queria desfrutar, mesmo tendo criado várias expectativas para saber o sabor dos macarons e da champanhe francesa. Queria desfrutar o corpo do loiro com a visão da Torre Eiffel de sua janela e na cama macia do hotel, no banheiro chiquerrimo, na piscina.

Em todos os lugares possíveis.

- Shouto, você tá bem? - O meio-ruivo foi tirado de seus devaneios eróticos, na França, pela voz de Katsuki que só aumentaram mais seu desejo por milésimos de segundos.

- Sim, por quê? - Disse, focando no rosto do Bakugou e ouvindo a voz da aeromoça soar no autofalante do avião.

- Está concentrado demais lá fora. O que foi? Tá triste? Se não quiser ir é só dizer. - O Bakugou dizia enquanto fechava o sinto de Shouto com suas mãos velozes e fortes. Os olhos díspares focavam nas orbes vermelhas e nos dedos ao mesmo tempo.

- Não! - Exclamou alto demais. - Não, eu quero muito ir. - Fez uma pequena pausa em sua fala. - Mas acho que vou sentir falta.

- Sei como é. Nas minhas primeiras turnês, eu também sentia essa ansiedade inicial, agora eu já estou acustumado. E se você topar viajar comigo, vai se acostumar também.

- Não sei se vou ter disponibilidade sempre, Kats.

- Eu sei que vai ter. Agora, o por quê do apelido?

- Você é próximo meu, achei que não teria problema.

- E não tem, só estava curioso.

- Desde quando se interessa por algo que não seja sua carreira?

- Desde que... - A frase do cantor foi cortada pela decolagem do avião que fez o Todoroki sentir uma ansiedade inicial, assim como quando conheceu o loiro.

A experiência de ter alguém como o loiro era a mesma de um vôo do Japão até a França, onde ficaria sentado em uma poltrona por quinze horas e cinco minutos.

Sempre imaginou ficar tanto tempo ao lado do homem de loiro de íris vermelhas, mas é claro que em outras circunstâncias. Em todo caso, assim também estava bom.

[...]

Já haviam descido do primeiro havião que iriam pegar - O vôo era de conexão -. Estavam sentados em um banco no aeroporto do país onde estavam, Shouto estava extramamente cansado, depois de cinco horas no avião, quem não estaria, não é mesmo?

Aproveitaram para comer, já que já estavam famintos por só terem tomado café da manhã até agora. Katsuki comeu um hamburguêr e fritas, tomando um suco de laranja. O Todoroki comeu um macarrão com queijo e uma taça de vinho.

- Vinho? Um pouco diferente para o que a ocasião impõe. - Disse, soltando um riso de ladino.

- Não me julgue. Você está comendo hamburguêr na hora do almoço. - O meio-ruivo rebateu, dando uma golada no vinho.

- Ok, é um bom ponto. - Riu.

Enquanto se encaravam, o meio-albino lembrava-se exatamente de quando começou a ter sentimentos pelo loiro. Foi quando se viu triste pelo cantor ter que viajar e ter que ficar sem vê-lo pela semana que passariam longe um do outro.

Bem, agora veja onde os dois estavam.

O Bakugou também sabia quando havia começado a ter sentimentos pelo o menino de olhos díspares, - Mas foi um pouquinho antes - foi quando se viu sendo acalmado por Shouto depois de ter uma crise de inferioridade por conta de Izuku ter conquistado seu sonho antes de si próprio.

Como já havia acontecido antes.

Foram chamados para seu próximo vôo novamente. Eram duas da tarde e a próxima parada que iriam fazer eram as sete da noite. Estavam cansados, mas fariam isso.

Com certeza, fariam isso.

- Tem algo que eu deva saber antes de ir para Paris? - O Todoroki indagou, sentando-se ao lado de Katsuki, ajustando seu cinto.

Pegou dois copinhos de água, que a aeromoça passava oferecendo pelo corredor apertado do avião.

- Sim. Por exemplo, chineses falam mal de você pelas costas, franceses falam mal de você na sua cara. Eles são rudes. Paris é uma cidade excitante e romantica.

- Você já foi para Paris antes, né? - Perguntou, acomodando-se nos braços fortes do loiro de olhos vermelhos.

- Sim. Duas vezes. Mas nunca para turismo ou com um acompanhante. A primeira vez foi por conta de um turnê, a segunda foi para uma publicidade.

- Você fez um comercial para uma marca francesa? Euh, lá, lá! Que chique.

- Sim. Foi uma marca de perfume, depois eu te mostro o comercial. Tem na internet. - Berbericou a água. - Sabe francês?

- Não. - Soltou uma risada nasal. - Será que vão me odiar por isso?

- Com certeza. - Riram baixinho em uníssono.

[...]

No avião, quando sentiram fome, Shouto comeu panquecas doces e um café com leite. Katsuki comeu torradas e uma vitamina de morango.

Agora, estavam em outro aeroporto jantando. O Bakugou comeu lasanha - Uma de suas piores decisões, pois aprendeu que lasanha industrializada é uma merda - com Coca. O Todoroki comeu um prato executivo com linguiça, fritas e arroz, bebeu um suco de maracujá.

- Estou cansado. - O meio-ruivo pontuou. - Está tanto quanto eu?

- Talvez não, pois já estou acostumado. Mas sim, um pouco. - Deu uma gargafada na lasanha. - Quando chegarmos, vamos ter que dormir um pouco para nos recuperarmos.

- Você disse mais cedo que Paris era uma cidade excitante. Achei que a última coisa que fariamos seria dormir.

- Shouto... - Deu uma leve risada por nervosismo e vergonha, mas cogitava o que o garoto havia acabado de dizer. - Tudo bem, vamos transar em Paris.

L.A VIBES. || TodoBaku.Where stories live. Discover now