VII.

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- Por que?! - Katsuki exclamou contra o rosto de Midorya, deixando que moléculas de saliva saíssem de sua boca, direcionadas ao garoto baixo e de cabelos verdes. - Por que o All Might escolheria um perderdor igual você?!

O loiro sentia suas cordas vocais rasgando, e até doendo um pouco. O Bakugou realmente estava um pouco fora de si e descontrolado, os Todorokis olhavam para o mesmo abismados. Já sabiam que Katsuki tinha comportamentos explosivos, e até mesmo duvidosos, mas não esperavam ver essa cena diante de seus olhos.

Shigaraki filmava a cena iconica.

- Não importa o que cê fez pra merecer... Dane-se que o All Might escolheu você. Eu me recuso a perder! - Gritou por fim, e quando estava prester a descartar um soco na face de Deku, Chouto se enfiou no meio dos dois.

Ficando entre Bakugou Katsuki e Izuku Midorya.

- Saí da minha frente, seu pavê de merda! Eu vou acabar com a raça do merdinha do Deku, não está vendo?! - A raiva nos olhos de Katsuki eram perfeitamente notáveis.

As orbes estavam mais vemelhas que o normal, sua pele estava tão quente como fogo e sua voz estava rouca. Sim, Bakugou estava prestes a cometer um assassinato.

- Eu sei, justamente por isso que eu me meti nessa confusão. Katsuki, você não é assim.

- Você não me conhece, meio-a-meio bastardo! - E depois desse insulto, cujo que Todoroki deveria estar acostumado, sentiu seus olhos lacrimejarem, mas não deixou que nenhuma gota escapasse de seus olhos.

- Conheço o suficiente para saber que você não quer fazer isso de verdade. - Izuku segurou na barra da camisa de Shouto, ajoelhado, como se usasse o meio-ruivo como uma proteção, um escudo humano, uma barreira, contra o alourado raivoso. - E não me chame dessa forma! Nós vamos ir embora agora e conversaremos mais tarde, ok?

- Não! Qual é a parte de, eu vou matar o Deku, você não entendeu?!

- Entendi perfeitamente para saber que eu não vou deixar você encostar um dedo nele! Agora trate de se acalmar e vamos embora! - Shouto reuniu alguma força física que estava escondida em seu interior e puxou o Bakugou para fora do palco e para fora do salão.

Mesmo que estivesse relutante, Katsuki adentrou seu carro e foi ao lado Todoroki mais novo. Todos estavam em um completo silêncio.

Foram dez minutos até onde Dabi morava.

- Irmãozinho, tem certeza que vai ficar bem? - Shouto desviou o olhar rapidamente para o Bakugou, que ainda tinha uma expressão de raiva em seu rosto, e pousou as orbes díspares sobre seu irmão mais velho.

- Vai ficar tudo certo, confia em mim. - Assim a dupla de namorados assentiu e a janela do carro se fechou.

O meio-albino estava sentado distante do loiro, no carro, e assim permaneceram até a chegada na mansão do Bakugou. Foi desconfortável no carro durante mais quinze minutos, quando entraram na casa, Katsuki e Todoroki tomaram um banho relaxante - e prazeroso - juntos e comeram algum salgadinho em conjunto.

Agora, estavam deitados na escuridão do quarto do Bakugou, embrulhados pela coberta, com o meio-ruivo-meio-albino traçando desenhos aleatórios nas costas largas do loiro que estava tranquilho, mas com uma face nada suave.

- Katsuki. - O chamou, em um tom de voz mais baixo que o normal.

- Hum. - Resmungou, revirando-se na cama.

- Por que surtou daquele jeito na festa? - Indagou com um certo receio da resposta.

Um suspiro.

- Argh... Não gosto de falar sobre isso.

- Diz, por favor. Eu quero te entender.

- Eu e o Deku somos amigos desde crianças, ele sempre soube que meu maior sonho era ser um cantor número um, assim como o All Might, enquato ele queria ter uma vida medíocre, como as de todo o resto. - Mais um suspiro. - Até que ele gravou um cover e bombou em várias redes socias, mas aí... Eu recebo essa notícia. A notícia que meu amigo de infância, que sempre conseguiu tudo que eu sempre sonhei, conseguiu também o meu maior sonho. E aí eu surtei.

O Todoroki estava sem reação, nunca passou por nenhuma situação parecida, mas conseguia imaginar o quanto aquilo era doloroso para o loiro.

- Enquanto eu gritava com o Deku, eu ficava me perguntando, por que não eu? E era um mix de emoções. Eu estava puto, mas estava triste. Me condenei mais ainda depois que quase fiz você chorar, inclusive, me desculpa por isso.

- Você percebeu? - Ok, definitivamente estava chocado.

- Óbvio, ou você acha que eu sou algum tipo de retardado? - Bufou.

- Entendi. Dá próxima vez, não surte desse jeito, tente só manter a calma e pode conversar comigo se quiser.

- Não. Eu odeio me expor dessa forma, não sei nem porque eu te disae tudo isso.

- Me disse isso porque sabia que precisa botar pra fora, sabia que precisava desabafar e esse foi o momente que surgiu uma brecha para que isso acontecesse. Já queria fazer isso antes, nem que fosse com o tal Deku, mas não tinha coragem de pedir a ninguém para lhe ouvir.

Katsuki raciocinava tudo que ouvia. Prestava atenção no tom aveludado da voz de Shouto e se arrepiava ao sentir a ponta das unhas em sua pele exposta.

- Como caralhos você deduziu isso tudo? - Indagou, incrédulo.

Os dois riram.

- Sei lá. Acho que é porque era esse tipo de coisa que minha irmã mais nova usava para me confortar quando eu brigava com meu pai.

- Uh, então, quer dizer, que somos iguais?

- Sim, somos parecidos. - Se juntaram mais naquele abraço que havia virado a moradia temporaria do Bakugou.

O loiro se encolheu mais nos braços do meio-ruivo, afogando sua face no peitoral do mesmo. Fecharam seus olhos, deixando com que o silêncio e o cheiro de sabonete que os corpos exaltavam emanassem pelo local.

A mão forte e grande de Katsuki pousou na cintura delicada de Shouto que corou com o ato, agradeceu aos seu que o Bakugou não pudesse ver seu rosto naquele momento.

Ok, ele não poderia ver, mas o Todoroki esqueceu que eles eram parecidos e podiam ler um ao outro.

- Sei que está vermelho como um pimentão, pavê.

L.A VIBES. || TodoBaku.Where stories live. Discover now