42. A voz

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A voz incomparável
pertence a Deus,
o meu Senhor.

Da entoação à melodia,
do verso ao poema,
do orvalho à chuva,
do vivido ao pensado
e do pensado ao escrito
a Sua voz não muda.

Aqui não existe o devir
colocado por Heráclito.

O tempo passa
e o meu anseio em ouvi-La
só aumenta.

Só de pensar naquela voz
meu corpo arrepia,
meus olhos enchem-se de lágrimas
e meu coração pulsa mais ainda.

Eu ainda
imagino aquele dia
em que o céu abre-se
e uma luz branca é refletida.

Sua voz ecoa
e arrebata meu corpo.

Eu caio de joelhos
e eu choro.

Eu creio
que isso deixará de ser imaginação
para tornar-se real.

Eu espero,
eu anseio
e eu creio!

Cogito ergo Scribo

Penso, logo Escrevo (Cogito ergo Scribo)Where stories live. Discover now