TREZE

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ZOE


Sabe aqueles dias que você acorda pra baixo, sem ânimo. Esse é um desses. Minha vontade de sair da cama é zero.


Ficar sozinha não ajuda muito. Estou irritada e desanimada.


Um pouco triste também, hoje a saudade apertou. E a vontade de ligar pra casa foi grande. Sei que se eu ligar, meus faram várias perguntas e não estou afim de responder nenhuma.


Pensei que nunca diria, mas sinto falta de casa. Acho que estou assim por estar trancada no apartamento. Tentei abrir a porta pra sair e claro, que não consegui.


Até ia ligar para o Santiago e pedir autorização mas desisti, ele provavelmente está ocupado se divertindo com a Lana.


Mesmo sem vontade, levanto tomo um banho, me arrumo e desço.


O calor hoje não está para brincadeira, me sinto mal.


Pego celular e disco o número do Apollo.



- Pronto. - ele atende rápido.



- Oi, você está ocupado?



- Do que precisa?



- Que você abra a porta do apartamento, quero sair pra tomar sorvete. - sei que ainda está cedo, mas quem se importa.



- Não.



- Quê?



- Você escutou.



- Porque não?



- Estou ocupado.



- Você não precisa ir comigo eu vou sozinha.



- Não.



- Só quero tomar a droga de um sorvete, não fugir. - grito.



- Certo, eu levo você.



- Obrigada.



Saímos cinco minutos depois. A sorveteria não é longe.



- Vai entrar? - pergunto.



- Não.



- Eu não vou tomar meu sorvete no carro ou levar pro apartamento.



- Eu vou ficar aqui de olho em você.



- Que seja. Vai querer um?



- Não.



- Só sabe dizer não?



- Sim.



- Você é ridículo. - digo rindo.



Entro na sorveteria, faço meu pedido. Pego o sorvete me vou para uma das mesas.



- Olha só quem está aqui. - e meu dia piora.



- Como vai Miranda?



- Ótima e você?



- Muito bem.



- Sozinha?



- Sim.



- Parece que alguém foi uma boa menina para ter conseguido autorização para sair só.



- O que quer?



- Vejo que ainda não está com nenhuma marca, isso é bom. - diz olhando meu corpo.



Me arrependo de ter escolhido um croppet pra usar.



- Porquê eu estaria com marcas?



- Por quê o Santiago é louco.



- Você é louca, ele é só um Dom.



- Criança, você logo o conhecerá.



Perco a vontade de comer o sorvete. Levanto, descarto-o no lixo.



- Vou embora.



- Tchau querida, continue sendo uma boa menina.



Minhas mãos tremem, quero dar um tapa nela mas me controlo.


Chego no carro com pressa. Sou levada de volta para o apartamento.



Assim que entro vejo Lana na cozinha enchendo um copo com água.



- Como vai Zoe? - ela pergunta.



- Bem, mas você está ótima não?



- Foi bom sair um pouco.



- Claro que foi.



- Tem certeza que está bem?



- Você é muito cínica mesmo não?



- Quê?



- Sempre com essa carinha de quem não quer mais viver aqui, mas na verdade não vê a hora de ficar sozinha com o Santiago.



- Do que você está falando?



- Você é uma falsa. Valentina disse que você passa dias sozinha com ele.



- Não é o que você está pensando.



- Claro que é!



- Zoe, não aconteceu nada.



- Você é uma mentirosa. Sei que deve ter ficado a noite inteira com ele e, agora vem com essa farsa de amiga. - quando percebo estou gritando.



- Tente se acalmar, por favor.



- Porquê? Vai correr e contar tudo?



- Não...



- Eu pensei que a Valentina era a falsa aqui, mas eu me enganei.



- Se controle... - ela pede baixinho.



- Eu não quero me controlar.



Lana tenta me tocar. Não aguento e acabo dando um tapa no rosto dela.



- Que merda você fez! - ruge a voz brava.



Eu congelo. Não tenho coragem de me virar.



- Eu quero uma resposta!



- Sinto muito. - é só o que consigo dizer.



- Porque bateu na Lana?



- Eu...



- Não ouse mentir.



- Santiago...



- Zoe primeiro você saí sem minha autorização e, agora bate na Lana. Você quer chamar atenção, é isso? - ele puxa meu cabelo com força, me forçando a encará-lo. - Você queria minha atenção?



- Sim. - respondo.



- Muito bem, você conseguiu. - ele me solta. - Lana, suba pro seu quarto.



- Sim senhor.



- Agora você, vai aprender uma lição nova.



- E qual é, senhor? - murmuro para provocá-lo.



- A parar de querer ter a atenção somente para si. Sentir ciúmes só me manterá afastado de você, garota.



- E como me ensinará essa lição, senhor?



- Com dor.



Santiago me arrasta pelo corredor até o seu quarto da diversão.



Pela primeira vez, sinto que a última coisa que sentirei é prazer.


Não será divertido.


Ele fará com que eu me arrependa de ter sentido ciúmes, mas do que já estou arrependida.




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